Celebrando os 90 anos de Sonia Andrade [1935—2022], a Superfície apresenta a exposição Situações. Pioneira da videoarte no Brasil, Sonia iniciou sua trajetória em 1970, em meio a um contexto histórico e artístico marcado por intensas transformações. Ao lado de um grupo de artistas interessados no uso de novos meios e comprometidos com a pesquisa conceitual, produziu vídeos de forte carga poética e crítica, que investigam as complexas relações entre produção, circulação, mediação, recepção e comercialização da arte — questões que permanecem relevantes até hoje.

A exposição com curadoria de Tadeu Chiarelli revela um Ismael Nery atual, cujas reflexões sobre o eu e a ambiguidade ecoam no presente. Ismael Nery (1900–1934) atravessou o modernismo brasileiro de modo tão intenso quanto breve. Poeta, pintor, desenhista obstinado e criador de uma filosofia própria — o essencialismo —, sua obra se organiza em torno de uma pergunta central, repetida em diferentes registros: quem sou eu?Essa interrogação aparece de forma insistente nos inúmeros autorretratos que Nery produziu ao longo da vida, nos quais a identidade é posta em jogo como fragmento, deslocamento e recomposição. A busca não é apenas pela imagem do indivíduo, mas pela sua dissolução em pares de opostos: corpo e espírito, sombra e luz, masculino e feminino. Não por acaso, os retratos que fez ao lado de Adalgisa Nery, companheira e musa, sugerem um processo de fusão — como se o casal fosse uma só entidade, ambígua e indivisa.A mostra “Ismael Nery: crônica e sonho”, com curadoria de Tadeu Chiarelli, reúne cerca de 60 obras, entre seis óleos e 56 trabalhos sobre papel — aquarelas, guaches, nanquins e grafites — que percorrem a produção do artista

A Galatea apresenta uma individual da artista Wilma Martins, com obras da emblemática série Cotidiano. Desenvolvida entre 1974 e 1984, é considerada a série mais conhecida da artista. Nela, cenas de interiores domésticos — como salas, cozinhas e quartos — se entrelaçam com rios, plantas e animais, criando composições onde o real e o imaginário se encontram em harmonia. A brancura intimista dos espaços privados contrasta com a vitalidade orgânica da natureza, revelando um olhar poético e silenciosamente subversivo sobre os pequenos gestos da vida cotidiana.A série foi redescoberta na exposição Cotidiano e Sonho, retrospectiva realizada em 2013, com curadoria de seu marido, Frederico Morais, importante crítico e historiador de arte brasileiro.Essa será a primeira exposição dedicada à artista desde a retrospectiva póstuma Wilma Martins: território da memória, realizada em 2023. É, também, a primeira vez em décadas que a série Cotidiano será apresentada em um escopo tão abrangente. A mostra representa uma oportunidade única para revisitar um dos núcleos mais significativos da produção de Wilma, reafirmando a sua importância no panorama da arte brasileira contemporânea.

O artista Deyson Gilbert apresenta em sua individual na galeria uma seleção de colagens e esculturas. A mostra entrelaça as figuras mitológicas de Tânatos e Eros, personificações da morte e do erotismo, respectivamente, num mesmo corpo conceitual. Gilbert apresenta um conjunto de esculturas que desafia o equilíbrio e o gesto invulnerado. Suas peças, de ferro, com encaixes provisórios e montagens arriscadas, expõem umatensão física e formal. Já com as colagens, o artista revisita a tradição geométrica construtivista não pelo campo cromático, mas por meio do corpo de imagens — imagens que dilaceram, provocam, disputam o olhar. Aqui, a figuração e a abstração se enroscam num embate dialético, onde o erotismo e a violência tornam-se indiscerníveis.

A Galatea apresenta a nova exposição individual da artista Gabriella Marinho. Com texto crítico assinado pelo curador Matheus Morani, a mostra reúne obras inéditas, entre esculturas em porcelana e pinturas, que investigam os limites entre espaço e território, a partir de uma abordagem poética e ritualística ancorada nas religiões de matriz africana.A artista costuma ter o barro e a terra como ponto de partida, de um ponto de vista tanto material quanto filosófico. No entanto, esta é a primeira vez que a artista realiza um projeto centrado na porcelana – um material carregado de significados e que, na mostra, dialoga diretamente com a simbologia de Oxalá, importante orixá da cosmologia afro-brasileira, um dos mais antigos do panteão do candomblé, e figura central em sua história pessoal.A exposição destaca uma outra visão do que entendemos por caminho percorrido, enviesando conceitos de espiritualidade e o circular como algo metafórico em nossas vidas, e como isso é tratado nos rituais de matriz afro-brasileira. O título, Rastro luminoso, remete ao caminho percorrido por animais como o caramujo, que secretam muco ao se locomoverem, especialmente em superfícies lisas. O caramujo, inclusive, sendo uma das representações de Oxalá.

Após se apresentar para mais de duzentas mil pessoas em São Paulo, Gilberto Gil volta com a turnê Tempo Rei, em que celebra em grande estilo sua ampla obra musical, os diversos momentos de sua carreira e suas parcerias.

Neste espetáculo, o grupo Choro da Quitanda apresenta um baile de choro para bebês, crianças e seus adultos de referência, com intuito de promover a linguagem do choro também para as infâncias, proporcionando ampliação e experimentação de repertórios para os pequenos em interação com seus adultos. O repertório do baile passeia por clássicos, bem como por obras contemporâneas e autorais, e cria pontes por meio da realização de interações brincantes, dançantes, lúdicas e musicais.

O grupo paulistano Aláfia apresenta uma homenagem a Parliament-Funkadelic, coletivo que marcou a música negra estadunidense nos anos 1970. Sob a liderança de George Clinton, as bandas Parliament e Funkadelic atuavam simultaneamente com o mesmo conjunto de músicos, mas para gravadoras diferentes. Com o tempo, o nome “Parliament-Funkadelic” consolidou-se para se referir às formações dirigidas por Clinton. O coletivo lançou dois álbuns com a primeira banda (Chocolate City e Mothership Connection) e um álbum com a segunda (Let’s Take it to the Stage), que misturam funk, soul e psicodelia em um estilo que ficou conhecido como p-funk. O show da Aláfia parte do Mothership Connection (1975), eleito pela revista Rolling Stone o melhor do movimento, mas inclui também faixas dos outros dois discos, além de músicas autorais do grupo. Em sua releitura, o grupo recria arranjos e grooves originais sem abrir mão de sua identidade e da rítmica da música brasileira.

O pianista e compositor Tigran Hamasyan combina improvisação jazzística, rock progressivo, groove e melodias do folclore armênio. A NPR já definiu seu estilo como uma “combinação surpreendente de jazz, minimalismo, elementos eletrônicos, folk e de cantautor”. Hamasyan começou a tocar piano aos três anos de idade. Ainda adolescente, venceu o concurso de piano do Montreux Jazz Festival e, no ano seguinte, lançou seu álbum de estreia. O destaque da sua apresentação será o projeto The Bird of a Thousand Voices, lançado em 2024. O trabalho é inspirado em uma antiga fábula armênia sobre um herói em busca de um pássaro mítico capaz de restaurar a harmonia no mundo.

Criado pelo percussionista e ogã Luizinho do Jêje, o coletivo é referendado nos toques de candomblé da nação Jeje-Mahin. Formado no Terreiro do Bogum, em Salvador, carrega no nome a referência à vareta retirada do pé de araçá usada para tocar os três atabaques do candomblé: rum, rumpi e lé. Integrado por músicos-ogãs, o grupo canta o Brasil africano, reunindo atabaques, agogôs, pandeiros, caxixis, berimbaus e outros instrumentos construídos pelos próprios integrantes, além de violão, pedais de efeitos e bateria eletrônica. A sonoridade é marcada pelo rigor e pela precisão que a tradição musical de origem africana demanda. O grupo apresenta o show de seu álbum de estreia, gravado ao vivo no Bogum, com repertório autoral que evoca a ancestralidade e o caminho de cada ogã. O espetáculo preserva a tradição oral e a musicalidade dos tambores, em saudação a ancestrais, pretos-velhos, juremeiros, orixás, voduns e sambadeiras.

A artista baiana leva ao palco um repertório que nasce de um gesto ousado em tempos de streaming: lançar dois álbuns completos em sequência, que se complementam como um álbum duplo. No show, interpreta canções que falam de amor tanto com uma abordagem poética e introspectiva, em Um mar pra cada um, quanto com uma dimensão mais terrena e crua, em Antes que a terra acabe. A sonoridade combina neo-soul, jazz, ritmos brasileiros e hip hop, reafirmando o lugar de Luedji entre os nomes centrais de uma nova geração da música nacional. Desde Um corpo no mundo (2017), sua estreia, ela acumula prêmios, parcerias e convites para projetos internacionais, como o Colors e o Tiny Desk. No festival, reafirma sua relevância e capacidade de renovação artística.

Composta pelo compositor e multi-instrumentista Yann Tiersen, a música de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain se destaca pela originalidade timbrística e variação instrumental, com a utilização de piano, acordeom, bandolim, percussões diversas, além de sons de brinquedos, máquina de escrever, entre outros. Ao mesmo tempo, possui característica única, sendo igualmente delicada e profundamente emocional. Idealizado e produzido pelo compositor e pianista Anselmo Mancini, a formação musical é definida de acordo com a trilha sonora de cada filme. Com um sistema de sincronização próprio, e uma reprodução fiel à original, o Cine Concerto O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é executado ao vivo por Mancini (ao piano), acompanhado por Dicinho Areias (acordeom), Amauri Lopes (violino), Thiago Righi (bandolim), e Everton Barba (bateria e percussão)

Kamaitachi inicia um novo capítulo em sua carreira com o projeto "Acústico Kamaitachi", que traz releituras de sucessos e três faixas inéditas. O lançamento acontece em etapas entre agosto e setembro de 2025, nas plataformas digitais e no YouTube.Com uma proposta mais intimista, o artista - conhecido por seu universo de personagens e animações - agora assume o centro do palco como Rafael Gonçalves, buscando uma conexão mais direta com o público. "Esse projeto é a minha forma de mostrar quem eu sou de verdade", afirma.

Mamão Papai é um solo de autoficção. Num reencontro familiar, uma mulher atravessa memórias eróticas e afetivas, em uma tentativa de reconexão com o pai, depois de anos de silêncio. Entre humor e vertigem, a peça reflete sobre amor, liberdade, sexualidade e os atravessamentos da masculinidade em uma vida feminina.

Heroínas do K-Pop, conta a história de garotas muito talentosas que cantam e dançam além de muitos outros talentos essas garotas são muito amigas e grandes heroínas e protegem o mundo de forças malignas muito poderosas.

Violeta, uma menina de 4 anos, está ansiosa com a chegada de seu irmãozinho Azul.No início, ela fica frustrada com o fato dele ser ainda um bebê, que exige a atenção constante dos pais.No entanto, o tempo passa e o menino demonstra ser diferente das outras crianças, com um comportamento mais introvertido, dificuldade em desenvolver a fala e hiperfoco em alguns objetos. Violeta tenta encontrar meios de interagir com o irmão, descobrindo que a música cria uma ponte de conexão entre eles e que o tempo, tem um papel ainda mais relevante em suas histórias.

Na Pagode 90, a maior festa de pagode, vai tocar Só Pra Contrariar, Exaltasamba, Belo, Soweto, Art Popular, Katinguelê, Raça Negra, Revelação, Karametade, Molejo e muito mais.

O Lobo Mau está fazendo show de rock na Avenida Paulista vestido de Elvis Presley para ganhar seu dinheirinho, mas ele ainda está com a Chapeuzinho Vermelho, os 3 Porquinhos e o Pedro, de Pedro e o Lobo, "entalados" na garganta. Então ele tem uma ideia de um plano infalível e cria um "curso" muito especial na floresta. E adivinha quem são os alunos inscritos?

A montagem, concebida e dirigida por Muriel Vittorea, traz à cena um encontro entre fé, mito e teatro, conduzido pela poética das águas do rio Paraíba do Sul - lugar de nascimento da devoção católica à Nossa Senhora Aparecida. Mais que revisitar uma lenda, o espetáculo busca recriar um território cênico. O Auto de Aparecida traz forte influência da tradição dos autos populares com inspiração em obras de mestres da dramaturgia brasileira, a exemplo do paraibano Ariano Suassuna (1927-2014), pois reverencia o legado de O Auto da Compadecida por meio de um diálogo criativo, traçando um caminho particular.Nas margens de um rio, uma trupe de artistas conta histórias que brotam das águas. O Auto de Aparecida é a celebração de um Brasil que resguarda a força da cultura popular e o mistério das águas que contam e recontam histórias.

Após uma década de edições descentralizadas, em 2025 a 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo retornará para reunir, na Oca, um conjunto de respostas produzidas no campo da arquitetura em diferentes partes do planeta. Cinco eixos pautarão projetos, experiências, experimentos e discussões de transformação desse cenário que mirem a produção de cidades mais resistentes e resilientes, pois adaptadas aos extremos do clima e preparadas para retomar a vida após os desastres. Convidamos a sociedade a apresentar e desenvolver propostas concretas que unam os avanços da ciência do clima aos saberes ancestrais, combinando as novas tecnologias socioambientais a práticas e materiais tradicionais. Propostas que juntas nos ajudem a entender de quais arquiteturas precisamos para habitar um mundo além dos extremos.

O projeto Mestres do Futuro, que nesta edição contou com patrocínio da CAIXA, teve início em 2008, com oficinas realizadas em comunidades do interior do Maranhão e do Pará e, desde então, vem trilhando um caminho de valorização dos saberes tradicionais em diferentes regiões do Brasil.O projeto realiza sua primeira edição com todas as oficinas numa única região e se estabelece na maior metrópole do país, mantendo sua essência: promover a transmissão intergeracional de técnicas ancestrais e fortalecer a identidade cultural periférica. Além disso, o projeto visou a geração de renda dos aprendizes e suas famílias, além de contratar a grande maioria dos fornecedores e equipe do projeto na própria região.A exposição é o desdobramento público deste processo, mais do que mostrar os resultados das oficinas, ela convida o público a conhecer um mapa afetivo da região, onde o fazer manual, a tradição e a coletividade se entrelaçam para construir futuros possíveis.

“baTATA Show lê Ziraldo” é um pocket show intimista apresentado por Tata Fernandes, que une a leitura de trechos selecionados das obras infantis de Ziraldo com canções autorais da compositora. Criando um ambiente aconchegante, famílias e público geral são convidados a se envolver na magia da narrativa: Tata declama passagens carregadas de humor e poesia, criando pontes entre texto e música.O espetáculo segue com melodias que ecoam o espírito inventivo e alegre do Menino Maluquinho, estimulando as crianças a se encantarem pelo ritmo dos versos e convidando os adultos a resgatarem lembranças afetivas de sua própria infância. Destinado a homenagear a literatura de Ziraldo, o show cria um espaço de partilha, descoberta e renovação do repertório cultural infantil, encantando plateias de todas as idades.

Primeira grande exposição institucional da artista Marina Perez Simão, a mostra conta com cerca de 80 trabalhos entre pinturas, aquarelas e cadernos de estudos. Em suas obras, a artista explora luz, cor, textura e movimento, criando composições de forte impacto visual e emocional. Seu trabalho se destaca pela capacidade de envolver os sentidos, resultado de um enfoque sinestésico presente em toda a sua produção. A exposição propõe uma experiência de profunda interação com o público, convidando-o a um mergulho cromático e perceptivo em sua obra.

Frans Krajcberg (Kozienice, Polônia, 1821—2017, Rio de Janeiro, Brasil) foi pioneiro no cruzamento entre arte e ecologia, precursor em dar visibilidade às questões ambientais no território brasileiro. O artista trabalhou a partir de resquícios de troncos, cipós, raízes e madeira calcinada, explorando pigmentos naturais, para produzir obras em que os elementos naturais são a própria matéria de sua arte. Krajcberg provocou uma virada radical nas convenções da escultura, além de desafiar fronteiras entre desenho, gravura e pintura.Krajcberg chegou ao Brasil nos anos 1950, onde desenvolveu seu trabalho como artista. A partir dos anos 1960, passou a viajar à Amazônia e ao Pantanal, coletando resquícios de troncos em áreas de queimadas. Suas preocupações com o drama ambiental tornaram-se indissociáveis de sua arte. Engajou-se em denunciar queimadas e a violência do extrativismo desenfreado, conferindo ao seu trabalho um cunho altamente político

Sheku tem a habilidade de tornar a música acessível a qualquer ouvinte, e Isata ganhou reconhecimento com suas interpretações de Fanny Mendelssohn e Clara Schumann. Artistas do selo Decca, Sheku e Isata estrearam seu duo no Carnegie Hall. Desde então, realizam turnês por todo o mundo, com programas que mesclam obras canônicas e composições menos conhecidas do público.

O Teatro Sérgio Cardoso será palco de Seis Atores em Busca de Sérgio Cardoso. A homenagem ao ator paraense acontece no espaço em que antes havia o Teatro Bela Vista, local em que o próprio Sérgio Cardoso (1925-1972) fundou sua companhia de teatro com Nydia Licia. O Teatro Bela vista foi demolido na década de 1970 e, em 1980, foi erguido em seu lugar o Teatro Sérgio Cardoso. A peça, que celebra o centenário de Sérgio, é uma criação da RIMA Coletiva. Com direção e dramaturgia de Rita Batata, o elenco é composto por Bárbara Arakaki, Bruno Lourenço, Felipe Ramos, Lilian Regina, Mariana Leme e Rafael Pimenta. A peça propõe uma metáfora provocativa: todos os intérpretes buscam ser Sérgio Cardoso, em um título que tem ressonância com a peça Seis personagens à procura de um autor, de Luigi Pirandello, na qual Sérgio Cardoso teve uma interpretação icônica com o personagem Pai.

Formada em 2009, a banda SEU PEREIRA E COLETIVO 401 surgiu da união de amigos que compartilhavam um transporte coletivo em comum, o ônibus 401, que cruza a capital paraibana até o bairro Altiplano. Essa vivência urbana e popular influenciou diretamente a sonoridade e a identidade do grupo, que mistura rock, baião, samba rock nordestino e funk paraibano em um som único e vibrante. O novo trabalho, seu terceiro álbum de estúdio, Obsoleto, reforça a essência rock do grupo, sem abrir mão da forte identidade poética e brasileira que sempre marcaram sua trajetória. Obsoleto traz um som mais orgânico e maduro, flertando com o retrô, mas se apresentando mais atual do que nunca. A faixa-título reflete essa proposta, reafirmando a capacidade da banda de se reinventar sem perder sua identidade.

A Galeria Luis Maluf apresenta uma mostra coletiva que parte de uma premissa: "existe uma constelação dentro de cada corpo e também fora dele". Com curadoria de Carollina Lauriano, a mostra reúne seis artistas em torno de um tema que pulsa: como pensar o corpo para além dos seus limites físicos?Pintura, escultura, instalação e imagem se entrelaçam em trabalhos que fazem da arte uma ferramenta para habitar o mundo com mais liberdade ou, pelo menos, com mais perguntas. A mostra propõe deslocamentos. Do olhar. Da linguagem. Da própria ideia de representação. E aponta o corpo como lugar de memória, fricção e possibilidade.A mostra conta com obras de Juliana dos Santos e Flávia Ventura, Ana Neves, Amanda Fahur, Guilherme Callegari e iah’ra.

Um dos nomes mais conhecidos do Reggaeton, o cantor porto-riquenho apresenta em uma data única o show da turnê Cosa Nuestra.

A cantora e sacerdotisa vodu Moonlight Benjamin transforma o palco em ritual. Sua música funde os ritmos cerimoniais do vodu haitiano com guitarras elétricas, blues e rock psicodélico, criando uma experiência catártica e espiritual. Ela apresenta um repertório que inclui faixas de todos os álbuns interpretados como feitiços sonoros: canções em sua maioria em kreyòl haitiano, que falam de fé, exílio, cura, espiritualidade e resistência. Com voz e presença poderosas, Moonlight Benjamin conduz o público em um show que já foi descrito como “um choque espiritual e elétrico”.

Da edição 2025 da Résidence Croisée França-Brasil, nasceu o Diáspora Lyannaj, formado por músicos de origens e trajetórias diversas que criaram um repertório inédito com elementos de jazz, música brasileira, caribenha e afrodiaspórica. Do Brasil, participam a contrabaixista Vanessa Ferreira, com sólida atuação no jazz e na música instrumental, e o pianista Fábio Leandro, reconhecido por seu trabalho como compositor e arranjador. Da França, integram o quarteto o percussionista Boris Reine-Adélaïde, especialista no tambor Bèlè da Martinica, e o saxofonista Samy Thiebault, um dos destaques do jazz francês contemporâneo. O nome do grupo traduz a proposta artística: “Diáspora” evoca deslocamentos históricos, encontros culturais e legados africanos compartilhados, enquanto “Lyannaj”, palavra do créole antillais, significa “aliança”, “elo”, “união”. O resultado é uma sonoridade que privilegia a improvisação, a escuta e o diálogo entre tradições, reafirmando o jazz como linguagem mestiça e global.

Programa a ser anunciado

O grupo De Mar y Río é formado por dez jovens de diferentes territórios do Pacífico colombiano. Sua sonoridade foi descrita pela edição em espanhol da revista RollingStone como “a força do mar, o retumbar da selva e os percursos do rio que moldam o Pacífico colombiano”. A formação combina a marimba de chonta com tambores típicos e a potência de vozes femininas em performances que unem tradição e vanguarda. O grupo já se apresentou em festivais como o Colombia al Parque e a Feria de Cali, além de realizar turnês no Equador, México e Canadá. No Sesc Jazz, eles apresentam o repertório de seus álbuns Bailen y Gocen e El Club de Alabaos del Pacífico, em celebração à música afrodiaspórica e à cultura do Pacífico colombiano.

A exposição reúne sete artistas contemporâneos – Andrey Rossi, Fábio Menino, Felipe Seixas, Fernanda Valadares, Isis Gasparini, Paulo Nenflídio e Verena Smit – em torno de uma questão central: como dar forma àquilo que não se mostra, mas insiste em se fazer presente? Entre pinturas, esculturas e instalações, suas obras constroem percursos que apontam para o invisível como instância constitutiva do visível, seja na memória, no silêncio ou na ausência.Ocupando um dos espaços expositivos da galeria, a mostra sugere camadas de significados, onde o visitante é convidado a percorrer esse campo instável, guiado por um fio quase imperceptível, onde matéria e imaterialidade, corpo e vazio, presença e apagamento se entrelaçam.

Referência da música uruguaia e latino-americana, Fattoruso chega ao festival com sua proposta musical conhecida como Candombe World Temátika. A sonoridade funde o candombe clássico, contemporâneo e vanguardista com elementos eletrônicos e improvisação, sem perder de vista a força rítmica ancestral dos tambores. O trabalho reafirma a herança rítmica afro-uruguaia em diálogo com a contemporaneidade. Ao lado de Fattoruso está a percussionista Albana Barrocas e os irmãos Mathías, Guillermo e Wellington Silva. Os três são herdeiros da tradição e do estilo de tocar de Cuareim, fundamental para a história do candombe.

Nome emergente do jazz britânico, Bryony Jarman-Pinto traz o show de seu segundo álbum, Below Dawn (2024). Indicada ao Jazz FM Award, a cantora, compositora e instrumentista é reconhecida por sua fusão de jazz, soul e folk com letras que abordam temas pessoais e sociais. O disco mais recente, produzido por Ben Lamdin (Nostalgia 77), mergulha em questões como mudanças sociais, emoções não ditas e a experiência da maternidade, revelando a maturidade de sua escrita e a delicadeza de sua voz.

No repertório da Orquestra SP POPS SYMPHONIC, estão shows consagrados pelo público e críticos, com temas sobre Cinema, Clássicos da Música Erudita, Musicais infantis e cultura Pop – Star Trek, Marvel, Disney e até Heavy Metal e também com cantores de renome nacional e internacional. O nome SP POPS, é uma homenagem a Boston Pop’s, orquestra Sinfônica da cidade de Boston criado em 1.885 e regida entre os anos de 1980 a 1993 pelo grande músico, maestro, arranjador e compositor John Williams. A SP POPS também é a primeira Orquestra Jedi do Brasil, sendo convidada diversas ocasiões para realizar seu Tributo a Star Wars in Concert na Jedicon.

NOG apresenta o show de lançamento do seu novo álbum “Quando Os Caminhos Se Confundem”, um projeto que pode ser considerado um divisor de águas na carreira solo do artista.O show contará com os artistas que participaram como: Djonga, Salvador da Rima e Dudu e também com nomes de peso fizeram parte de sua trajetória como: Kawe, Haikaiss e Kant.A abertura fica por conta de Franco, The Sir!, que aquece o público com sua força e originalidade.No repertório, além das músicas do novo álbum, NOG revisita hits que marcaram sua trajetória, tanto com os artistas que irão participar do show, quanto nos tempos de Costa Gold, grupo que projetou seu nome no rap nacional.

A Parte 3 da LØVE chega ao Edificio Martinelli.

A noite atravessa as vertentes: house, tech house, deep e progressive. No comando da cabine teremos Fancy Inc., dono de grande produções com Vintage Culture, Carol Fávero, nome que vem se destacando nas principais festas nos últimos anos e Ragie Ban, com seu recente lançamento ao lado do artista internaciona Chris Lake. Bassa encerra a noite.

Elias Jó é pianista com formação erudita e popular com 30 anos de carreira profissional. Apresenta nesse trabalho solo, um repertório de suas influências da MPB, que vão de Djavan até Tom Jobim, passando por João Donato, Ivan Lins, entre outros, sem esquecer do seu trabalho autoral no Elias Jó Quartet.

“Da Violência: Fanon” é uma encenação teatro-coreográfica da Taanteatro Companhia, inspirada na obra anticolonial e antirracista do psiquiatra, escritor e ativista martiniquenho Frantz Fanon (1925-1961). Com direção do alemão Wolfgang Pannek e coreografia do moçambicano Mabalane Jorge Ndlozy, o espetáculo aborda formas contemporâneas de violência — racista, cultural, psicológica e de gênero — em diálogo com textos selecionados de Fanon. A poética multimídia da peça, encenada para a pitoresca paisagem urbana do Centro Cultural Vila Itororó, abrange o projeto de iluminação de Gabriele Souza, o grafite de Thiago Consp e as composições musicais de Anderson Kaltner.

Quintetinho Caracaxá é formado por Marina Bastos (flauta), Carla Pronsato (piano), Lincoln Pontes (cavaquinho), Pedro Cury (violão de sete cordas e sax tenor) e Gabriela Silveira (pandeiro). No espetáculo "O Chorinho e suas brincadeiras", o grupo recria a vivência da Roda de Choro onde as crianças são convidadas a escutar, interagir e participar. Neste espetáculo as crianças são estimuladas e instigadas a participar ativamente da vivência, guiadas com entusiasmo pelo Maestro Fon Fon. Um dos principais objetivos, é fomentar futuros apreciadores do Choro, o primeiro gênero brasileiro musical urbano e Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil.

A vastidão da obra de Cruz e Souza, poeta simbolista brasileiro, filho de escravos, que se tornou intelectual engajado na causa abolicionista do século XIX, revela seu múltiplo universo de possibilidades, como o pessimismo, a sinestesia e o rigor formal, mas também elementos particulares como a presença da cor e a temática social, direcionando o apreciador de sua obra para caminhos que expressam sentimentos simbióticos - referências do curador convidado, Henrique Menezes, para exposição “Sob a febril agitação de um pulso”.A mostra apresenta obras dos artistas visuais Jesus José (GO), da fluminense Shay Marias (RJ) e de Rafaela Foz (SP), e percorre as diversas visões do cotidiano e os entrecruzamentos culturais, com trabalhos que fazem das cores preto e branco, contraste e vibração, por vezes plurais e desafiadoras, em meio à uma figuração que evoca a atmosfera noturna mística e reflete sobre o existencialismo da poesia simbolista, com sensibilidade para os aspectos contemporâneos que modificam a dinâmica das relações humanas.

Indietronica é uma festa onde o indie dialoga com a eletrônica, abrindo portais que nos levam do new wave ao synth pop, do french house ao nu disco, e a tantos outros.Nesta edição, o destaque é um DJ set especial da banda Tagua Tagua, projeto do músico gaúcho Felipe Puperi, O line segue com Isadora Almeida, pesquisadora e curadora; Adan Stokinger; Bacon; Leandro Pakk; e Marçal Rigghi.

Em comemoração ao mês das crianças, a proposta feita por crianças, o grupo Esparrama inaugura a Cidade Brinquedo, onde o grupo de palhaços abre um "portal das novas ideias" no meio do cidade e transforma o espetáculo em um verdadeiro experimento, uma ocupação-brinquedo, guiada pelo lema "brincar, brincar, brincar até a cidade virar brinquedo!"Para que a cidade-brinquedo deixe de ser apenas uma ideia e se transforme em realidade, as crianças e os palhaços terão que debater com o atrapalhado Arquivaldo Regrário e seu misterioso chefe, descobrindo os limites e propondo novos combinados para que todos os cidadãos e cidadãs brincantes tornem essa ideia possível.

”Ambi Yaku” — expressão em quéchua que significa ‘água que cura’ — é a primeira exposição do artista colombiano Carlos Jacanamijoy no Brasil. A mostra evoca a relação vital entre natureza, espiritualidade e ancestralidade.Reconhecido como um dos principais nomes da arte indígena contemporânea nas Américas, Jacanamijoy apresenta uma série de obras inéditas, desenvolvidas durante uma residência de dois meses no Rio de Janeiro. Sua pintura carrega uma dimensão quase sinestésica: o artista pinta como quem compõe uma partitura visual, em que cores intensas e gestos se transformam em murmúrios, silêncios e explosões sonoras. Cada tela é um convite a um mergulho interior, um espaço de consciência e transformação.

Apartamento 61 e a Simões de Assis apresentam “Qualquer forma é outra forma”, exposição coletiva que reúne 23 artistas e 13 designers brasileiros de diferentes gerações, combinando peças de mobiliário e produções visuais emolduradas pela arquitetura, fora dos tradicionais âmbitos expositivos. Em “Qualquer forma é outra forma” encontramos a epítome da confluência-confusão entre arte, arquitetura e design, colocando a casa-galeria em diálogo com nomes fundamentais do mobiliário moderno e contemporâneo.As obras apresentadas envolvem diferentes materialidades e suportes. Em conjunto, elas ativam a arquitetura da casa e seus móveis, criando novas relações de escala, ritmo e percepção entre corpo, objeto e espaço.

A nova exposição de Iván Argote presta homenagem à cultura popular sul-americana a partir de uma investigação crítica da tradição dos monumentos. Argote monumentaliza a cultura compartilhada a partir de elementos cuja história foi elaborada pela ressignificação de ideias impostas por culturas dominantes.

A Casa Natura recebe um show de dois conterrâneos pernambucanos: Ave Sangria e Otto. Formada no início da década de 1970, em Recife, a banda Ave Sangria foi um dos grupos pioneiros do movimento musical conhecido como Psicodelia Nordestina, que uniu elementos da música psicodélica a ritmos tradicionais do nordeste brasileiro. Cantor, percussionista e compositor nascido no agreste pernambucano, Otto construiu ao longo de mais de três décadas uma trajetória que transita por maracatu, brega, manguebeat, samba, rock, eletrônica e outras influências, criando uma sonoridade singular.

Exposição individual do artista Paulo Nazareth na sede da galeria. A mostra apresenta-se como uma cartografia das narrativas de Nazareth e de suas linhagens –familiares, divinas e territoriais – que atravessam e são atravessadas por memórias.

Horizonte dourado, primeira individual de Ana Elisa Egreja na Almeida & Dale, tem curadoria de Lilia Schwarcz e apresenta uma série inédita de pinturas de pratos Duralex em composições com peças de jogos americanos, expandindo a investigação da artista sobre os objetos do ambiente doméstico e suas reverberações históricas e afetivas por meio de virtuosas representações de alimentos e dos efeitos do vidro. A mostra reúne, ainda, um conjunto de pinturas com aplicações de folha de ouro, criando diálogos entre a produção da artista e a representação pictórica na história da arte, mais especificamente a do período medieval. São naturezas-mortas e grandes cenas de interior nas quais motivos do cânone artístico e da cultura popular brasileira se misturam.

Seba Calfuqueo, artista chilena de origem mapuche, abre a individual Semilla (Semente em português) na Galeria Marilia Razuk. Uma mostra panorâmica de trabalhos recentes da artista, na qual aborda uma ampla gama de linguagens que atravessam sua produção visual, como as esculturas da série Imagen País, os desenhos da série Florescidas, o vídeo-performance Culpa, as pinturas de Tecnologías de la Imagen e as fotografias da série Esporas e Evocacion al pelo. A mostra é acompanhada de texto crítico de Eugenio Viola.

A Zielinsky apresenta, em sua sede de São Paulo, Entre o traço e o desvio, exposição individual da artista chilena Lotty Rosenfeld (1943–2020). A mostra conta com texto crítico da curadora chefe do Instituto Tomie Ohtake Ana Roman e abrange a trajetória da artista desde o período histórico em que se consolidou como uma das figuras mais engajadas e representativas da arte política e feminista na América Latina, na década de 1970, até suas produções mais recentes.

Primeira individual de Brisa Noronha na galeria. Na exposição, a artista apresenta uma instalação inédita, composta por distintos conjuntos de esculturas feitas em porcelana e arame de latão, além de uma série de pinturas.

Exposição individual da artista portuguesa Leonor Antunes. Na mostra, Antunes dá continuidade à sua pesquisa que estabelece diálogos entre escultura, arquitetura, design e práticas artísticas do século XX, com ênfase em artistas modernistas historicamente negligenciadas.

A tradicional festa de Halloween da cantora e drag queen Pabllo Vittar chega a sua sexta edição, data vez com o tema "Alice - Madness". A festa, além do show da cantora, também conta com a participação de DJs e performers.

Um dos nomes mais conhecidos e celebrados do rock, a banda Guns N´Roses se apresenta no Brasil, numa turnê com cinco datas no país. As apresentações fazem parte da turnê mundial “Because What You Want and What You Get Are Two Completely Different Things”.

Acontece na Sala São Paulo a sexta edição da temporada de encontros entre o popular e o erudito. A cada edição, dois artistas da MPB se apresentam juntos da São Paulo Big Band.

O espetáculo Cabeça nas Nuvens parte da inquietação de dois adolescentes diante de uma vida cada vez mais refém das telas e algoritmos mediando o imaginário de outros modos de existir. A partir do encontro com personagens “pássaros”, eles se lançam na busca de uma cidade ideal, suspensa entre céu e a terra, onde seria possível experimentar novas formas de convivência e liberdade. Inspirado livremente no livro As Aves, de Aristófanes, o enredo acompanha Evel e Pister em sua fuga do excesso de conexões digitais rumo a um território sonhado, onde as aves assumem protagonismo e questionam a vida urbana e suas lógicas de controle. Entre diálogos divertidos, embates carregados de simbolismo e a criação de imagens poéticas, a peça constrói uma metáfora sobre poder, utopia e os limites de um tempo hiperconectado.

Ocupação FERVO é um coletivo criado a partir da paixão pela cidade, pela música e pela cultura. Pelo desejo de criar o novo. O Carnaval também nos une, em sua força de ocupar as ruas, de suspender o tempo, de transformar cenários, de instaurar a alegria.

Uma criatura marinha gigante surge no asfalto, mas ela tem medo de tudo: de barulhos, de olhares, do próprio chão de concreto. Quando se assusta jorra tinta colorida. Crianças e artistas se unem para ajudá-la, manipulando seus tentáculos em uma coreografia coletiva. A rua vira oceano, o medo vira alegria, e todos viram parte desta obra-festa chamada POVO POLVO!

Figura central da cena de improviso de Chicago e membro histórico da Association for the Advancement of Creative Musicians (AACM), Kahil El’Zabar é reconhecido como um dos artistas mais profundos e inovadores do jazz contemporâneo. A formação celebra seus 50 anos e apresenta o seu mais recente álbum, Open Me, em um espetáculo que une percussão ancestral, grooves espirituais e improvisação contemporânea. Além de El’Zabar, que se reveza entre bateria, percussões manuais, kalimba e vocalizações, o quarteto conta com Corey Wilkes, Kevin Nabors e Ishmael Ali.

A cantora Evinha, redescoberta pelas novas gerações e em plena forma artística, apresenta seus maiores sucessos em um show especial que marca o relançamento do clássico álbum Cartão postal (1971), mais de 50 anos após sua primeira edição. Nesse disco, produzido pela gravadora Odeon, Evinha gravou composições de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, como “Que bandeira”, e outras canções que só recentemente ganharam reconhecimento graças a DJs e rappers como BK – que samplearam suas gravações originais. Radicada na França há mais de 40 anos, Evinha retorna ao Brasil para esse encontro com uma nova geração de fãs, tendo ao lado o pianista, arranjador e parceiro de vida Gérard Gambus. Convidado especial do espetáculo, Marcos Valle sobe ao palco para revisitar as canções que escreveu para Evinha no final dos anos 1960 e início dos 1970, consolidando um diálogo artístico e afetivo que atravessa seis décadas.

Cantora, compositora, produtora musical e artista visual, Lido Pimienta é uma das vozes mais originais da música contemporânea. Coproduzido com Owen Pallett, La Belleza (2025) propõe-se a desenvolver estéticas latino-americanas em diálogo com a música de concerto europeia, numa fusão que amplia ainda mais sua linguagem experimental. No repertório, além das novas faixas, Lido revisita canções de seus discos anteriores, em uma mistura de cúmbia, bullerengue, synthpop e música eletrônica.

Em 1965, dois álbuns fundamentais do jazz mundial foram lançados: Coisas, do maestro pernambucano Moacir Santos, e A Love Supreme, do saxofonista estadunidense John Coltrane. Ambos os trabalhos são considerados os ápices criativos dos compositores e são marcados por um forte caráter espiritual. Enquanto Coltrane homenageou Deus em uma estética que se tornaria referência do “spiritual jazz”, Moacir uniu ritmos de terreiro com jazz e música sinfônica, apontando para o que ficou conhecido como samba-jazz. O projeto Coisas supremas, idealizado pelo trombonista e compositor Allan Abbadia, explora os diálogos entre esses dois discos, com arranjos que cruzam jazz e percussão afro-brasileira. Com uma carreira que inclui colaborações com Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Jards Macalé, Luiz Melodia, Nei Lopes, Mano Brown e Zeca Pagodinho, além dos álbuns autorais Malungos (2019) e Ifé (2023), Abbadia homenageia suas principais referências acompanhado por músicos de destaque da cena brasileira.

Um dos maiores fenômenos do teatro brasileiro contemporâneo, o solo “A Descoberta das Américas”, estrelado por Julio Adrião e dirigido por Alessandra Vannucci, comemora duas décadas em cartaz com sua temporada de despedida.Baseado no texto original de Dario Fo (“Johan Padan a la descoverta de le Americhe”), o solo narrativo estreou em 2005. A montagem narra a saga de Johan Padan, um anti-herói rústico e carismático que escapa da Inquisição espanhola e embarca em uma das caravelas de Cristóvão Colombo. No “Novo Mundo”, sobrevive a naufrágios, massacres e escravização até ser reverenciado como líder por povos indígenas, conduzindo-os em uma batalha contra os invasores.

Um dos maiores sucessos da primeira década do século XXI, o solo narrativo “A Descoberta das Américas” completa, em 2025, seu vigésimo ano de itinerância.

Encerrando a temporada 2025, este concerto marca um momento especial: a conclusão do ciclo integral das quatro sinfonias de Brahms, projeto iniciado pela orquestra no início do ano. Ao longo da temporada, a SP Chamber Orchestra percorreu a trajetória do compositor, revelando diferentes facetas de sua linguagem — da serenidade pastoral à paixão contida, da contemplação lírica ao drama interior. Agora, a Primeira Sinfonia surge como um ápice, um marco de ambição e conquista criativa que Brahms levou mais de 20 anos para concluir.

ONHEAMA conta a jornada de um jovem guerreiro indígena para salvar a floresta acompanhado por seres encantados da mitologia amazônica e apresenta, de forma lúdica, acessível e encantadora a ópera para crianças através da magia das marionetes.ONHEAMA significa “eclipse” em língua tupi. Este espetáculo une marionetes de fio à música. Nele, acompanhamos a jornada épica de Iporangaba, um jovem guerreiro indígena que precisa resgatar o sol, devorado pela terrível onça Xivi. Nesta aventura, ele apresenta suas tradições, lendas e origens e conta com a ajuda do Boto-cor-de-rosa e de Iara, seres encantados da mitologia amazônica.

"Os Três Porquinhos", a adaptação tradicional traz à vida as casinhas de palha, madeira e tijolos, o sopro do lobo e a entrada pela chaminé. No ritmo vertiginoso da manipulação dos bonecos. A primeira parte da apresentação é marcada por canções e histórias musicais tradicionais. Na segunda parte do espetáculo, o Lobo Mau trará sustos e adrenalina.

Chegou o mês das crianças e a Domingueira dos Bonecos conta com um show de rock com bonecos com a banda King Rock Shorts, um show com dinossauros, legos gigantes e muito rock. todos os domingos do mês, às 11h.

Bruna Longo acaba de morrer e procura elaborar o luto de si mesma – a única coisa que não podemos fazer empiricamente – enquanto reflete sobre a relação humana com a finitude, o tabu da morte na vida cotidiana e o processo de eliminação do rito fúnebre nas sociedades capitalistas ocidentais. O espetáculo é inspirado na morte recente do pai da atriz.

Uma câmera encara a atriz contra um fundo branco. Nervosa com a possibilidade de um novo trabalho, ela sorri com um sorriso falso e se apresenta: “meu nome é Laura Paro”. Em seguida, interpreta uma famosa passagem de A Gaivota, de Anton Tchekhov. Ambientada em um estúdio de testes para atrizes, a peça tem dramaturgismo de Ines Bushatsky e João Mostazo, e se vale de um texto bem-humorado para levantar questões sobre a precarização do trabalho no campo das artes cênica: do questionamento sobre o sotaque dito “neutro” à padronização das normas de atuação, passando pelas incertezas e dúvidas sobre a carreira que perpassam a vida da maioria dos profissionais das artes e espetáculos.

A partir do encontro com personagens “pássaros”, eles se lançam na busca de uma cidade ideal, suspensa entre céu e a terra, onde seria possível experimentar novas formas de convivência e liberdade. Inspirado livremente no livro As Aves, de Aristófanes, o enredo acompanha Evel e Pister em sua fuga do excesso de conexões digitais rumo a um território sonhado, onde as aves assumem protagonismo e questionam a vida urbana e suas lógicas de controle. Ao propor a criação de uma cidade nas nuvens, a encenação convoca não apenas crianças e jovens, mas todos os que ainda se permitem imaginar outros mundos possíveis, a refletirem sobre os caminhos da liberdade em meio às redes que cercam o cotidiano.

Comemorando os 115 anos do nascimento da cantora e atriz Carmen Miranda em 2024, a atriz Renata Ricci protagoniza o musical Carmen Miranda – Pra Você Gostar de Mim. O espetáculo tem direção de Celso Correia Lopes, direção musical de Reinaldo Sanches e texto de Guilherme Gonzalez. A peça narra um recorte na vida de Carmen Miranda, quando, já consagrada como uma das principais personalidades brasileiras nos Estados Unidos, retornou para um show no Brasil, no Cassino da Urca. Ao ser recebida pela elite carioca, ligada ao movimento integralista, ultranacionalista, a cantora foi vaiada por ter supostamente "se vendido ao governo americano."Sem saber deste contexto, a artista entrou numa tristeza profunda. É esse diálogo interior travado pela artista consigo mesma que surge no espetáculo, que mostra como teria sido a reação de Carmen no camarim do Cassino da Urca.

Experimentos do Invisível é um espetáculo de Teatro e Mágica que apresenta números impressionantes de leitura de mente, baralhos, dados e probabilidades. Na trama, um homem relembra o primeiro espetáculo de ilusionismo que assistiu, onde um mágico estranho e misterioso fazia números de tirar o fôlego.

Com a abundância dos registros das redes sociais, podemos ter esquecido esta experiência: a escolha de um cartão-postal de um lugar distante, a redação de uma mensagem, o envio. Os participantes vão ser convidados a confeccionar cartões-postais lúdicos, experimentando com materiais diversos. Poderão criar a partir de lembranças de passeios ou viagens e documentar memórias, ideias ou desejos ligados aos lugares que habitam ou têm visitado.Sobre o tema da memória, confira também conteúdos do nosso canal no YouTube. Destacamos a playlist da exposição A arte da lembrança, realizada em 2015, com falas sobre fotografia, e o vídeo “Memória: resgate, registro e resistência”.

Na exposição idealizada e produzida pela Elo3, os visitantes poderão conhecer obras site-specific de seis artistas de diferentes localidades do Brasil e que, em comum, tratam do universo híbrido e metamórfico. Ana Carolina Ralston, curadora do evento e pesquisadora de artes visuais, convidou neste ano Ayrson Heráclito, Leandra Espírito Santo, Luiz Zerbini e Rafa Bqueer. Pelo edital foram selecionados Licida Vidal e Leandro Lima. A mistura entre os universos sintético e orgânico — e todas as possibilidades de vida expandida que eles nos propiciam — será discutida nesta edição da Mostra 3M de Arte. Segundo Ralston, o biomorfismo, tema proposto aos artistas, revela-se como uma ferramenta potente para pensar essa reinvenção.

O ator-empresário Frazão convida Laudelina Pires, uma jovem atriz amadora, para ser a primeira-dama de sua companhia itinerante. Ao saírem em turnê pelo interior do país, os artistas se deparam com o Brasil dos coronéis, e passam a depender da boa vontade dos poderes locais para o sucesso de sua viagem. Com a alegria e a agilidade de uma comédia sobre rodas, os Mambembes convidam a todos para uma viagem ao mundo do teatro, um mundo em que jogo, trabalho e divertimento podem significar uma coisa só.

Criada pela ilustradora Suppa e Miguel Falabella, o musical infantojuvenil conta a história de uma menina que, ao ganhar um par de óculos mágicos da Fada do Dente.Na trama, Charlotte perde um dente de leite e, em troca, ganha da Fada do Dente um par de óculos mágicos. A partir daí, ela passa a enxergar o mundo como ele poderia — e deveria — ser. Ao lado de seus amigos e do seu cão Pelusso, Charlotte embarca em aventuras, revelando como atitudes simples têm o poder de transformar a realidade.Com uma linguagem acessível e cheia de camadas, Os Óculos Mágicos de Charlotte convida crianças e adultos a refletirem juntos sobre como olhar para o mundo com mais curiosidade, atenção e carinho.

Após a divulgação do compacto "NOVA ERA/OHAYO SARAVÁ", os compositores Sophia Chablau e Felipe Vaqueiro anunciaram um novo disco com lançamento marcado ainda em 2025. Nomes fortes da cena underground nacional, os dois artistas debutaram em bandas independentes que são sucesso de crítica e público. Em seu novo disco, Handycam, Sophia e Felipe se unem para criar um repertório inédito de canções ao lado do baixista Marcelo Cabral (Metá Metá, Elza Soares, Criolo) e do baterista Biel Basile (O Terno). Gravado e co-produzido no Estúdio Canoa por Gui Jesus Toledo.O nome Handycam não é à toa. A volta do uso desse tipo de câmera é lida pelos artistas como uma imagem que não é tratada ou pré-fabricada, mas autêntica, crua e cruel. Sophia Chablau e Felipe Vaqueiro vêm na contramão do que é produzido atualmente no mainstream e negam a invenção de uma nova realidade em high definition. Em vez disso, buscam registrar a realidade do mundo com a poesia e sinceridade necessárias para enfrentar momentos sombrios da humanidade.

Em Esquadrão Bombelhaço, espetáculo do grupo Circo Teatro Palombar, um batalhão de Bombeiros, composto por palhaços, conduz o resgate de um gatinho preso em cima de um muro. Esquadrão Bombelhaço é um espetáculo de circo baseado em desenhos animados, e que não possui falas. Com uma estrutura pensada para ocupação de espaços públicos, a montagem mistura clássicos do circo, como acrobacias aéreas, malabarismos, manipulação de objetos e elementos cômicos, em um espetáculo pensado para toda família.

Após curta temporada no Cemitério de Automóveis, o espetáculo Não Tem Meu Nome, monólogo escrito, dirigido e interpretado por Adelino Costa criado a partir da leitura do romance O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório e Pertencimento: Uma Cultura do Lugar, de bell hooks faz temporada no Teatro Arthur Azevedo. Na peça, ator e personagem se fundem em uma narrativa que propõe reflexões urgentes a respeito das relações sociais e, sobretudo, humanas. Ao longo do processo criativo, o artista resgatou memórias de sua infância e observou os desafios enfrentados pela população local, como barreiras sociais, econômicas e geográficas. Essa imersão resultou em personagens inspirados em amigos de infância e no próprio autor, que exploram como as comunidades subalternizadas se adaptam para se encaixar em uma sociedade predominantemente burguesa e branca. A dramaturgia questiona a suposta universalidade dessa visão de mundo e revela suas camadas de opressão.

A Unibes Cultural apresenta ao público a exposição Exteriores, do consagrado fotógrafo brasileiro Bob Wolfenson. Composta por um conjunto de 53 fotografias, de média e grandes dimensões, a mostra apresenta uma crônica visual da diversidade humana, revelando corpos em movimento, expressões passageiras e instantes únicos capturados nas ruas de diferentes cidades ao redor do mundo.Ao longo de cinco décadas de carreira, Wolfenson consolidou-se como um dos maiores nomes da fotografia brasileira, conhecido por seus retratos de personalidades, imagens de moda e produções em estúdio. Em Exteriores, ele percorre o caminho oposto ao controle do ambiente fechado e mergulha na imprevisibilidade do espaço público, de tudo que lhe é “exterior”. O olhar do fotógrafo se volta para o acaso, para o fluxo das cidades e seus habitantes anônimos – pessoas atravessando faixas, distraídas em pensamentos ou em contato breve com a câmera.

O Museu A CASA do Objeto Brasileiro recebe a exposição Xingu: Reflexos Indígenas no Design Contemporâneo, resultado de um processo colaborativo entre a designer Maria Fernanda Paes de Barros, do escritório de design Yankatu, e os artesãos do povo Mehinaku, do Alto Xingu (MT), em uma potente confluência entre o design e os saberes indígenas. A exposição propõe uma imersão do visitante pelo território artístico dos Mehinaku, reunindo objetos tradicionais - como bancos zoomorfos, cestarias e esteiras - e peças inéditas desenvolvidas em conjunto com a designer.

Em uma Atenas tomada pela tensão entre tradição e pensamento livre, Sócrates — o filósofo que desafiava certezas e incitava a juventude a questionar — é arrastado ao tribunal. Acusado por 3 cidadãos atenienses de corromper os jovens e de profanar os deuses da cidade, ele enfrenta seu destino com ironia sagaz e lógica implacável. A trama aprofunda-se na prisão. Ali, Críton, seu amigo leal, oferece-lhe a fuga, uma chance de escapar de uma sentença injusta. . No derradeiro amanhecer, Sócrates recebe Xantipa, sua esposa, para um adeus. Depois, cercado por discípulos fiéis, ele conduz seu último diálogo: uma meditação sublime sobre a imortalidade da alma, a coragem perante o desconhecido e a beleza de uma vida vivida sem mentiras. Em vez de suplicar por clemência, defende a vida filosófica como um dever sagrado, transformando sua apologia num manifesto eterno sobre liberdade e integridade. Com texto de Regis de Oliveira, direção de Bruno Perillo e Luiz Amorim como protagonista, O Julgamento de Sócrates é um mergulho na essência humana: o conflito entre convicção e conveniência, o preço da verdade e o legado de quem escolhe morrer de pé para que suas ideias vivam para sempre.

A exposição Laboratório da Cor, idealizada pelo Grupo de Pesquisa Estudos Cromáticos, reúne obras dedicadas à reflexão sobre a cor como elemento fundamental para os novos entendimentos da produção contemporânea em artes. São trabalhos em diversas linguagens e em variados materiais e suportes, onde a cor se manifesta mediante práticas distintas. A curadoria é dos professores Marco Giannotti (USP), Paloma Carvalho (UERJ) e da mestranda pela USP, Julia Hallal.O grupo, criado na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, e hoje multiinstitucional, dedica-se ao fomento e à divulgação de pesquisas sobre produções artísticas contemporâneas, resultado de investigações pessoais, de orientações em salas de aula nas instituições envolvidas e na formação de alunos de pós-graduação.

A mostra Flexões de Espaço e da Cor de Marcus Vinícius apresenta três séries que mostram a pesquisa do artista sobre como a cor pode potencializar suas relações e propriedades e encontrar unidade e sentido com a estrutura física da obra.Além da cor, o espaço também é estudado pelo artista que, na feitura das obras, se debruçou sobre os problemas construtivos e suas possibilidades de solução, com novos desdobramentos. Suas obras dialogam com o universo da indústria, sem, no entanto, estarem de todo entregues a ele.

A exposição "Mundo Zira" chega ao Anexo do CCBB trazendo uma jornada interativa e imersiva pelas criações mais celebradas de Ziraldo, com áreas temáticas dedicadas a clássicos como 'Flicts', 'O Menino Quadradinho' e 'A Turma do Pererê'. O percurso da exposição incentiva a criatividade e a imaginação, com um design que mescla painéis projetados e artes gráficas, criando uma imersão total no “Mundo Zira”. Adultos e crianças poderão interagir com o universo fascinante dos personagens, vivenciando de perto histórias inspiradoras da literatura infanto-juvenil brasileira. Além disso, os visitantes são convidados a cocriar e personalizar a arte de Ziraldo, adicionando seu toque individual às composições digitais.

Uma aula aberta de teatro infantil e palhaçaria, onde os alunos exploram o universo do improviso, da escuta e da criatividade. O público é convidado a participar de jogos, brincadeiras e exercícios que estimulam o riso, a atenção e a interação. Um encontro lúdico que transforma pequenas experiências teatrais em descobertas coletivas.

O Madrigal Cantar Brasileiro apresenta um programa de Música Popular Brasileira consagrada, de raiz e de disseminação cultural tradicional. Tendo já promovido três encontros de coros, a proposta é trazer mais dois corais convidados, ambos da Etec de Artes de São Paulo, interpretando arranjos conhecidos de MPB de renomados autores.

Montada em mais de 20 países, O FILHO ganha sua montagem inédita no Brasil.Nicolas é um jovem de 16 anos, apresentando sinais de depressão. Filho de pais separados sente-se perdido, troca a casa da mãe (Maria Ribeiro) pela do pai (Gabriel Braga Nunes). Quem poderá compreendê-lo? Os pais, os médicos? Na peça O FILHO, o dramaturgo francês Florian Zeller mergulha na teia complexa das relações familiares para refletir sobre os mistérios da mente e a dificuldade em encontrar um sentido para a vida.

Reconhecida por transitar entre o jazz e o avant-garde, a cantora e compositora sul-africana Gabi Motuba traz a estreia no Brasil de The Sabbath (2024), seu mais recente álbum. Resultado de um processo criativo de anos, a obra evidencia o gosto musical singular da artista, ao fundir referências clássicas, africanas, orientais e jazzísticas em uma sonoridade ao mesmo tempo suave e intensa. Sua pesquisa dialoga, também no palco, com temas como política global, estudos negros, religião e gênero.

Em 1997, a estreia de Virgínia Rodrigues com o álbum Sol Negro, dirigido artisticamente por Caetano Veloso e com participações de Gilberto Gil, Djavan e Milton Nascimento, projetou a cantora baiana para o mundo. 28 anos depois, ela revisita esse repertório, que evoca ancestralidade e lirismo, revelando a fusão que sempre marcou sua voz: a herança afro-brasileira em diálogo com o samba, a bossa, o jazz e a música de concerto. Descoberta por Caetano Veloso em ensaio do Bando de Teatro Olodum, Virgínia construiu desde então uma trajetória internacional celebrada pela crítica estrangeira e consagrada por sete discos. Em Sol Negro, ela retorna ao ponto de partida, reafirmando sua voz como uma das mais poderosas da música brasileira.

A peça é baseada no romance homônimo que fascina e atordoa ao mostrar como um amor perdido pode nos tirar do prumo. Aqui, o amor entre dois homens, com um retrato sobre o universo LGBTQAP+ destes tempos. O fim de um relacionamento e a não aceitação deste fato são o ponto de partida do premiado romance de Flavio Cafiero, vencedor do prêmio APCA de Literatura de 2021, que originou o espetáculo adaptado e dirigido por Ester Laccava, protagonizado por Vinicius Aguiar.

Sob a influência do cínico Lorde Henry, Dorian faz um pacto para manter sua juventude e beleza, enquanto seu retrato, pintado pelo dedicado Basílio, envelhece e acumula as marcas de seus atos questionáveis.Esta adaptação objetiva trazer uma nova luz à obra de Wilde, enfatizando as relações homoafetivas e questionando os padrões de beleza que afetam de maneira homens gays, homenageando a ousadia de Wilde, mas também provocando uma reflexão crítica sobre a influência da superficialidade na vida moderna.

Zé Ibarra chega à Casa Natura Musical com o show “Afim”, o artista apresenta o repertório de seu segundo álbum solo, lançado via Coala Records. O trabalho marca uma virada estética e emocional na trajetória do cantor, compositor e multi-instrumentista carioca.No novo show, Zé traz composições próprias e releituras de nomes da nova geração da música brasileira, como Dora Morelenbaum, Sophia Chablau, Maria Beraldo, Tom Veloso e Ítallo França.

Cálculo para beijar o magma é a exposição inédita da artista mineira Luana Vitra, em São Paulo, na Mitre Galeria. Com texto crítico da pesquisadora Ariana Nuala, a mostra reúne esculturas, desenhos e colagens que observam os limites entre corpo e materialidade. A abertura acontece em plena semana da SP-Arte Rotas, um dos momentos mais pulsantes do calendário das artes na capital paulista.O ferro é o eixo central da pesquisa de Vitra – elemento vital presente no corpo humano, responsável por transportar oxigênio via hemoglobina, e também nas estrelas, que o geram até seu colapso em supernovas ou buracos negros. Em suas mãos, o ferro deixa de ser apenas matéria-prima: torna-se elo entre vida, natureza, ciência e cosmos.Ao mesmo tempo, o material carrega o peso histórico de Minas Gerais, terra natal da artista, onde a mineração, desde o período colonial, estrutura economias e territórios por meio da extração e da violência.

Cantora e compositora de Montreal, Dominique Fils-Aimé coloca a história da música afro-americana no centro de sua obra, refletindo sobre as realidades sociais que moldaram o blues, o jazz e o soul. Neste show, Dominique convida o público a mergulhar em suas raízes sonoras e afetivas, em um repertório que equilibra potência vocal, delicadeza e uma mensagem de empatia. Sua carreira tem sido marcada por reconhecimento internacional: venceu também o Félix de Melhor Álbum de Jazz (2019), além de duas indicações ao Polaris Music Prize. Já se apresentou ao lado de nomes como Diana Krall e Melody Gardot, consolidando-se como uma das vozes de destaque do jazz atualmente.