TEATRO

O espetáculo Tudo em Volta Está Deserto, dirigido por Christian Landi e com dramaturgia de Vitor Julian. A peça recria atmosferas de 1971, período marcado pela repressão da ditadura militar, para narrar a trajetória de um grupo guerrilheiro que assassina um empresário ligado ao regime. Entre drama e narratividade, a encenação propõe um mergulho ficcional nas tensões políticas e sociais dos chamados “anos de chumbo”, convidando o público a refletir sobre um passado recente e decisivo da história brasileira.

Ficção inspirada em fatos reais, a peça apresenta o universo de Poim, um migrante nordestino que chega a São Paulo em busca de seus sonhos. A partir de suas memórias, o personagem revisita a vida, seus afetos e desafios, criando novas percepções para questões comuns do mundo contemporâneo.Com argumento de Lourimar Vieira, o espetáculo aborda temas como preconceito, amor, superação e distrofia muscular, conduzindo o público por uma jornada sensível sobre a força dos sonhos diante das adversidades. A encenação mistura cinema, música, dança, artes visuais e teatro de bonecos, propondo um diálogo poético e sensorial com a plateia.

A trama gira em torno de quatro personagens sul-americanos confinados em um apartamento em Nova York, nos Estados Unidos, que elaboram um plano revolucionário tão delirante quanto simbólico. Eles pretendem contaminar latas de Coca-Cola com um vírus roubado de uma pesquisa com gorilas que sobrecarrega a produção global de testosterona como forma de implodir o sistema capitalista.

Na montagem brasileira, sob a direção e adaptação de Pedro Neschling, o público decide o final da trama. No elenco, estão Carmo Della Vecchia*, Douglas Silva, Fernando Caruso, Hylka Maria, Paulo Mathias Jr e Fafy Siqueira.A história se desenrola em um salão de beleza em Santa Cecília. Uma trama que começa com risos termina em assassinato de uma famosa cantora reclusa. O crime acontece a poucos metros dos clientes e funcionários do salão, todos com motivos ocultos e atitudes suspeitas. O público é convidado a participar da investigação, escolhendo coletivamente quem acredita ser o culpado. O resultado é um desfecho diferente a cada sessão, sempre fruto das decisões da plateia, em uma dinâmica leve e divertida.

O casal, Sofía (Sophia Abrahão) e Pablo (Leandro Luna) estão morando juntos há quatro meses. Mas o que é um paraíso para ela é um inferno para ele. Pablo quer romper o relacionamento, não aguenta mais. Um desejo repentino e urgente que ele não sabe como resolver. Para isso, ele obriga Martin (Beto Schultz), seu melhor amigo, a morar com ele e sua namorada, para que ela, cansada de viver com um intruso, decida terminar o relacionamento. Uma semana, nada mais. É o tempo estipulado entre os amigos para concluírem o grande plano.Todos enfrentarão situações inesperadas e surpreendentes que revelarão facetas completamente ocultas de suas personalidades.

O sucesso off-Broadway Mães, o Musical (Motherhood, the Musical), com texto, letra e música de Sue Fabisch, desembarca no Brasil para temporada especial com versão brasileira de Anna Toledo e direção de Jarbas Homem de Mello. A narrativa se passa durante um chá de bebê, onde amigas compartilham suas experiências e desafios como mães. Dani, grávida do primeiro filho, recebe as amigas Júlia, mãe e advogada workaholic; Márcia, mãe de cinco filhos; e Tina, uma mãe separada que tenta equilibrar trabalho, família e divórcio. A comédia aborda temas universais sobre a maternidade, trazendo reflexões sobre os desafios e as alegrias dessa jornada.

A Companhia Teatro do Incêndio estreia a peça Dois Perdidos Numa Noite Suja, considerada uma das obras primas do autor e dramaturgo paulista Plínio Marcos.A trama mostra a convivência forçada entre dois homens em um quarto de pensão, o que gera uma tensão, levando-os a atitudes e decisões radicais para se livrarem de seus destinos traçados pela condição social.Tonho, que veio do interior e conta com instrução, viu-se perdido na cidade enquanto seu calçado estragou. Paco, semianalfabeto e a um passo da marginalidade, um músico que teve sua flauta roubada em uma bebedeira, ostenta um sapato novo que ganhou, exasperando o companheiro.

Mesclando tradição oral e música, a performance-instalação ""Tudo pra Mim é Viagem de Volta ""cria um mundo a partir das sonoridades dos equipamentos de gravação e reprodução construídos pela artista Podeserdesligado, idealizadora da iniciativa. O trabalho tem direção e dramaturgia de João Turchi e é inspirado na ficção de um continente submerso habitado pelos filhos de mulheres escravizadas que se lançaram ao mar durante as travessias. O som é entendido na performance como um meio de transporte cósmico. Ele não só é a base para outros mundos possíveis, como também abre portais. Ainda mais porque, de acordo com Podserdesligado, nas práticas negras de criação, ele funciona como uma tecnologia especulativa, uma ferramenta vibracional de produção de realidade, de tempo e de espaço.

O espetáculo Amortalhado é resultado de uma pesquisa-criação realizada por Edson Elias como bolsista da iniciação científica na UFPA, no curso técnico em teatro, dentro do projeto de pesquisa Curupirações Cênicas, coordenado pela Dra. Andréa Flores. Neste trabalho cênicos, o palhaço Tchulinho Mucuri conta causos que o artista Edson ouviu de seus pais ao longo da vida. Essas histórias são carregadas da cultura tradicional de onde o ator tem origem, sendo filho de pais ribeirinhos. Além disso, o espetáculo é pensando a partir de procedimentos de terreiro, especialmente do terreiro no qual o criador do espetáculo é pai de santo.

Uma experiência imersiva criada e apresentada por Philip Blue, um dos ilusionistas mais respeitados do país. Mais do que um show de mágica, trata-se de uma vivência sensorial, interativa e profundamente humana, onde o inesperado surge com leveza, humor e emoção.

Um personagem-narrador, sem nome ou relações pessoais, um homem inadequado que de forma irônica e sarcástica rumina sua amargura e seu ressentimento numa conversa direta com o espectador. Este é o centro de Memórias do Subsolo, escrito por Fiódor Dostoiévsky e publicado pela primeira vez em 1864. Na nova versão, adaptada por Diego Moschkovich e Vladimir Bocharov e dirigida por Johana Albuquerque, o cenário e o tempo vão de São Petesburgo (Rússia) nos fins do século XIX para a cidade de São Paulo em pleno século XXI.

Concebido pela atriz Caísa Tibúrcio, SerTão a Gosto leva ao público, em circulação nacional, mesas gastronômicas com chefs convidadas e emocionante espetáculo teatral regado a música, risos, lágrimas, cachaça e galinhada.O projeto consiste na promoção de mesas gastronômicas com chefs convidadas e a apresentação do espetáculo cênico-musical-gastronômico “Enluarada - Uma Epopeia Sertaneja”. O projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal - FAC/DF, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, e apoio da Korin.A experiência gastronômica de SerTão a Gosto permitirá ao público mergulhar na relação entre comida e cultura por meio da produção de uma receita carregada de história, preparada pela chef e pesquisadora da comida afrodiaspórica Aline Chermoula.

Este espetáculo explora a multiplicidade de perspectivas, destacando a subjetividade das experiências humanas. A interação com o público por meio das sugestões coletadas na entrada amplia o caráter imprevisível e único de cada apresentação. P.D.V. celebra a arte da improvisação, integrando narrativa, movimento e música de forma fluida e espontânea.

Com uma atmosfera onírica e surrealista e unindo técnicas de clown, equilíbrio, manipulação de objetos, teatro físico, mágica e música, a Cia LaClass Excêntricos faz apresentações gratuitas de Intimidade Cômica. O elenco conta com Daniela Rocha-Rosa e Marcelo Lujan, a direção é de Bruno Rudolf e a dramaturgia é de Nereu Afonso. Na trama, o casal de clowns Daniela e Marcelo compartilha suas intimidades por meio de lembranças, revelando desejos, desencontros e a poesia do cotidiano. Pequenos momentos — como um sanduíche partilhado, a solidão em uma estação de trem ou um primeiro (e quase último) beijo — ganham vida em uma narrativa que costura autobiografia e ficção para construir um futuro imaginado.

Neste espetáculo inédito no Brasil, dois jovens solitários em uma metrópole contam como tiveram suas vidas extraordinariamente transformadas após a misteriosa aparição de um animal selvagem na escadaria do prédio onde vivem.

O Bando Golíardis celebra dez anos de trajetória artística com uma temporada especial do espetáculo “Cansei!”. A peça usa o humor e a sensibilidade para expor o cansaço das mulheres diante das desigualdades que enfrentam todos os dias. Misturando mímica, comédia física e uma estética cartoonesca, a montagem convida o público a uma experiência crítica e de humor ácido sobre os papéis impostos às mulheres e as estruturas de gênero que as aprisionam. Em cena, esse cansaço se transforma em potência coletiva de mudança, abrindo espaço para a denúncia, a invenção e o desejo de transformação.

A Camareira da Amy, uma tragicomédia musical com execução ao vivo dos hits da Amy Whinehouse por banda de estrelas do jazz paulistano faz temporada nos dias 10 e 17 de outubro, 2 e 9 de novembro no Marte Hall em São Paulo. O espetáculo é uma criação da multiartista Clara Clarice que, além de dirigir e assinar o roteiro, encarna a Camareira. O trabalho, se situa nos limites entre o teatro e a música, e também pode ser visto como um tributo à Amy Winehouse.

O espetáculo Projeto Clarice traz para o palco o encontro entre as atrizes Clara Carvalho, Magali Biff, Mariana Muniz e Vera Zimmermann e o diretor Cesar Ribeiro, com o desejo de refletir sobre o feminino a partir de temas que percorrem a obra de Clarice Lispector, como subjetividade, identidade, alteridade, família e afetos. Com adaptação também de Ribeiro, a obra foi construída a partir de cinco contos da escritora – Via Crucis, Menino a Bico de Pena, A Legião Estrangeira, Amor e O Ovo e a Galinha –Cada texto retrata um aspecto diferente da vida de uma mulher e tem como protagonista uma das atrizes: Via Crucis é uma parábola sobre o nascimento de Cristo; Menino a Bico de Pena foca na relação entre mãe e filho a partir da alteridade; A Legião Estrangeira trata da formação da identidade tendo como base a relação entre uma mulher e uma menina; Amor destaca a identidade de uma mulher em meio ao seu núcleo familiar; e O Ovo e a Galinha é uma espécie de metafísica de todas essas situações.

Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Myra Ruiz) é uma jovem do Reino de Oz incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar os estudos na Universidade, seu destino encontra Glinda (Fabi Bang), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.

O Mar não me Obedece é uma peça de teatro físico, dança contemporânea e performance que se constrói entre os limites de força e delicadeza, controle e entrega. Em cena, o risco é real: quedas e movimentos inspirados em artes marciais como aikidô, jiu-jitsu e judô se encontram com momentos de sutileza.Os textos se entrelaçam à fisicalidade e colocam em cena desde bactérias intestinais até a história de um rei que tenta castigar o mar, para revelar a teimosia humana em acreditar em verdades absolutas e buscar domínio sobre o que não pode ser controlado.

QUERIDINHA é uma mulher que vive para amar e se moldar aos relacionamentos em que se envolve. Sem opiniões próprias, ela acaba absorvendo as personalidades dos seres amados como se fossem suas. Quando um relacionamento termina, a protagonista se vê vazia e desorientada, até encontrar um novo amor para admirar e servir.Nesta releitura do conto "A Queridinha", de Anton Tchékhov, a figura da mulher que ama demais é transpassada por camadas autobiográficas e ressignificada a partir de uma perspectiva contemporânea e crítica. O espetáculo coloca no centro da cena uma mulher sexagenária, figura frequentemente silenciada na produção cultural, ampliando vozes e experiências que refletem a diversidade de gênero, idade e afetividade da sociedade brasileira.

Sucesso de público nas décadas de 1990 e 2000, com sessões lotadas em diversas cidades brasileiras, a comédia Aluga-se Um Namorado, escrita originalmente pelo inglês James Scherman e adaptada por Gustavo Klein, chega ao Teatro Multiplan MorumbiShopping para uma nova temporada. O espetáculo conta a história de Alex Schneider (Eri Johnson), um ator bem-humorado contratado por Sara (Ju Knust) para interpretar o papel de seu namorado, judeu e médico, diante de sua família, que segue rigorosamente as tradições judaicas. A farsa é armada porque, na verdade, o verdadeiro namorado de Sara não é judeu. A partir daí, desenrola-se uma comédia marcada por mal-entendidos e situações inesperadas. Será que os pais de Sara (Myrian Rios e Raymundo de Souza) e seu irmão Joel (João Lima Junior), um psicanalista atento, vão descobrir a verdade? E o verdadeiro namorado (Marcondes Oliveira), será revelado? Sara acabará se apaixonando pelo ator? O enredo gira em torno dessas perguntas, com doses de humor e reviravoltas.

Uma carta anuncia que o filho de um casal precisará ser removido do cemitério onde fora enterrado, pois há veneno naquele solo. Um encontro entre esse casal, dez anos depois, escancara as dores de um luto ainda presente. O diálogo entrelaça o sofrimento de duas pessoas que perderam um filho, a si mesmas e uma a outra.

O ator Fernando Belo, além de atuar também assina a direção da montagem, que apresenta dois monólogos do dramaturgo britânico Simon Stephens em formato double-bill, ou seja, apresentados na mesma noite. A produção marca a primeira montagem brasileira do texto Canção Que Vem de Longe e a estreia de Um Precipício no Mar na capital paulista.Com dramaturgia centrada no tema do luto e suas múltiplas formas de vivência, o espetáculo reúne dois relatos íntimos e complementares. Em Um Precipício no Mar, acompanhamos Alex, um fotógrafo que enfrenta o vazio após a morte trágica da filha de oito anos. Já em Canção Que Vem de Longe, Willem, um banqueiro radicado em Nova York, retorna à Amsterdã para o funeral do irmão. Em cartas escritas ao morto, ele revisita a própria história, a família e os vínculos interrompidos, oscilando entre negação e reconciliação.

A obra tem por inspiração momentos da vida do coronel Liberato (1884/1975), em algumas das tradições nordestinas do povo do Piauí e na relação de amor e admiração de um neto, Lourimar Vieira por seu mítico avô.

A Encontrarte Centro de Artes de São Paulo apresenta sua mais nova produção: “Escola do Rock – O Musical”, uma adaptação vibrante e cheia de energia inspirada no clássico sucesso da Broadway.A história acompanha Dewey Finn, um roqueiro sonhador que, ao se passar por professor substituto, transforma uma sala de alunos dedicados aos estudos em uma verdadeira banda de rock. Entre guitarras, baterias e muita rebeldia, as crianças descobrem a força da música, da amizade e da autoconfiança.

Uma adaptação da comédia clássica escrita pelo autor maranhense Artur Azevedo, que conta as aventuras de uma trupe mambembe viajando pelo Brasil. Essa história é vivida por um elenco de talentos consagrados composto por Cláudia Abreu, Deborah Evelyn, Jui Huang, Julia Lemmertz, Leandro Santanna, Orã Figueiredo e Paulo Betti, acompanhados pelo músico Caio Padilha. Na concepção contemporânea de Emílio de Mello, que divide a direção do espetáculo com Gustavo Guenzburger, a vida imita a cena, pois oS MambembeS caem na estrada, literalmente. Criada originalmente para ser encenada em ruas, praças e parques, a peça ganhou uma nova versão para salas de espetáculo. É com ela que oS mambembeS tiveram a honra de abrir a 33ª edição do Festival de Teatro de Curitiba, em março deste ano, e que também será apresentada na nova temporada no TUCA.

Juego de Niños é um espetáculo com dramaturgia de Newton Moreno, direção de Bernardo Bibancos e assistência de direção de Lu Grimaldi. A trilha sonora é de André Abujamra e a iluminação de Caetano Vilela. A trama gira em torno de três crianças latinas mandadas por agentes de migração para um campo de detenção, depois de serem retiradas de suas famílias e, consequentemente, da própria infância.Juego de Niños denuncia as condições desumanas dos campos de imigração, o racismo, a violência institucional e, em especial, a ampliação da desigualdade econômica no mundo.

Baseada nas memórias do avô de Lourimar Vieira, o coronel Liberato (1884–1975), a peça Até que Tú te Tornes Verde transporta o público ao povoado do Sabiá, no Piauí, para narrar histórias sobre coragem, justiça e o poder transformador da educação.Dirigida por Fernando Neves e escrita por Cícero Lopes, a obra revela a trajetória de um homem que acreditava na formação como caminho para o progresso e que, em sua vida, enfrentou até um dos temidos integrantes do bando de Lampião, Zé Corisco. O espetáculo mescla fatos históricos, tradições populares e música nordestina, mostrando também o envelhecimento e a solidão de um homem outrora temido e respeitado.

O espetáculo explora a conexão entre gerações de mulheres de uma família, entrelaçando suas histórias e segredos. Uma mulher, após um afogamento, entra em coma, e nesse estado de delírio e sonho recebe visitas imaginárias de sua irmã e de suas ancestrais, travando diálogos com as mulheres da sua vida, enquanto luta para sobreviver e voltar à realidade.

“As 3 Cores Primárias” (cujo título original em japonês é Sangenshoku) ganha montagem inédita no Brasil. A peça se insere numa temática recorrente na obra literária de Mishima e presente em sua vida pessoal: o erotismo entre corpos humanos, independente de gênero. “As 3 Cores Primárias” apresenta um tratamento positivo dessas questões, o que contrasta com a natureza mais sombria de outra obra do mesmo período, Cores Proibidas.Numa tarde quente de verão à beira mar, o casal Ken e Yoko recebe a visita do amigo Shun. A interpretação que os jovens fazem de signos emitidos pelas forças da natureza ao seu redor e o amor levam o trio a tomar uma decisão final sobre o relacionamento entre eles. Eles entendem que, assim como as três cores primárias que criam todas as outras, o equilíbrio nos relacionamentos humanos encontra-se no três.

"Corpo Desnudo e Devaneios" é um monólogo criado e interpretado por Brício Leão. A obra transita entre memórias, delírios e confissões de um homem em confronto com suas verdades mais íntimas.Texto autoral, corpo presente e alma exposta. Uma experiência onde a nudez não é só física, mas emocional, simbólica, política. Para quem busca arte viva, crua e contemporânea. Para amantes do teatro poético e performativo. Para quem quer ser tocado, questionado e transformado.Para quem reconhece que o palco também é Iugar de cura.

Uma Família à Procura de um Ator, primeiro texto escrito por Samir Yazbek, em montagem de Gustavo Merighi, com Anderson Muller estreando em um solo. O espetáculo convida a uma jornada psicodélica e bem-humorada. A proposta estética mescla elementos analógicos dos anos 80 com a tecnologia digital, com o objetivo de estabelecer um diálogo vibrante entre passado e presente, levantando temas urgentes com um olhar original.

Ao propor uma releitura da história brasileira, o espetáculo "E Vocês, Quem São?", a direção e atuação de Samuel de Assis e dramaturgia de Jonathan Raymundo, discutem a responsabilidade pela realidade brutal e violenta vivida pelas pessoas pretas. A direção de arte do espetáculo é assinada por Márcio Macena, que criou uma cenografia minimalista composta apenas por um coração humano. Já os figurinos foram criados pela marca de roupas Meninos Rei, de Junior Rocha e Céu Rocha, que marcam sua estreia no teatro. A confecção baiana, que estreou na São Paulo Fashion Week em 2021, foi escolhida por representar a ancestralidade e a autenticidade da população preta. E a trilha sonora, tocada ao vivo pelos músicos Cauê Silva e Leandro Vieira, reúne músicas de cantores e compositores pretos famosos, incluindo uma canção original do rapper Coruja BC1 e outra de Larissa Luz, que ainda assina a direção musical ao lado do coletivo Os Capoeira.

Alguns dias após a anexação da Áustria pela Alemanha, em que Anna, a filha de Freud é levada para interrogatório na Gestapo, o pai da psicanálise recebe a visita de um desconhecido. O embate de ideias travado pelos dois pode ser pode ser uma alucinação, memória ou sonho. A trama se passa em Viena em março de 1938, os alemães invadem a Áustria e perseguem os judeus. A Princesa Marie Bonaparte e o cônsul americano negociavam a partida de Sigmund Freud (1856 -1939), mas ele resiste em partir. Primeiro porque os alemães exigiam que ele assinasse um documento, contando como ele foi bem tratado pelos nazistas. Outro fator é que ele já tinha 82 anos de idade, dos quais os últimos 16 com um câncer na boca e queria terminar seus dias nas terras do que já foi o Império Austro-Húngaro (Ele nasceu em Příbor, cidade da atual República Checa). Mas quando sua filha Anna é presa para interrogatório, a história toma outro rumo. É nesse dia que ele recebe uma visita.

Zbura– Campeões do Mundo da Patinação apresenta “ELDORADO – O Cabaret”. o espetáculo se passa em uma Berlim dos anos 30 e conta a história de Vincent, um dançarino boêmio que vê sua vida mudar com as imposições de um novo governo.

Na pequena cidade de Sacramento - MG, o jovem e ilustríssimo Sr. Eurípedes Barsanulfo, professor e representante do povo, realiza o seu grande desejo de fundar o Liceu Sacramento junto com outros dois amigos professores.Com incrível popularidade, Eurípedes passa também a participar das decisões políticas de sua cidade, com o apoio da Igreja católica, se torna Vereador mais populoso da história e atuando por dois mandatos, trazendo luz elétrica, transporte em bondes e um novo olhar para a gestão de Sacramento.Sua mãe, sempre muito doente, foi a fonte de inspiração para Eurípedes estudar de forma autônoma a Medicina, com a esperança de curar aquela que o amava tanto. Seu tio. Senhor Mariano, sempre tão carinhoso passa a se envolver com fenômenos que misteriosamente surgem na região da Fazenda Santa Maria. Preocupado com a reputação da família perante tais acontecimentos e pela perseguição promovida por políticos radicais da Nova República e líderes da Igreja Católica contra encontros religiosos não oficiais no Estado de Minas, Eurípedes trava uma intensa oposição aos comportamentos de seu tio e de alguns familiares. Orientado por pessoas próximas inicia uma investigação sobre tais fenômenos denominados "espíritas".De forma surpreendente, Eurípedes se interessa em conhecer de perto as tais "reuniões", e em sua primeira visita é surpreendido por uma mensagem do Alto, que o transtornou intensamente, trazendo a luz e o esclarecimento sobre o "mundo dos espíritos".O jovem professor, passa então a estudar e aplicar todos os conceitos revelados por Allan Kardec, fundando assim o primeiro colégio Espírita do Brasil, porém, ele não contava com as reações à sua conversão moral. A partir deste momento, Sacramento e a Fazenda Santa Maria viverão o que literalmente todos clamam pela região... um verdadeiro Milagre!

Em cena, duas mulheres paradas lado a lado. Portam pesados vestidos, que de tão longos se acumulam no chão formando amontoados de tecido. E cintos, de onde pendem estranhos objetos. Se o espectador transcender o gesto, ele as vê. E elas dançam.

Essa é uma história de um menino que viaja por muitos planetas tentando compreender o Amor e a Vida. Nesta jornada por lugares divertidos e planetas habitados por adultos bastante confusos, ele percebe a importância da amizade cativada e do amor incompreendido de uma pequena flor que surge em sua vida. Ao chegar ao planeta Terra se depara com personagens importantes deste que é um dos mais complexos do sistema solar. Em terras Brasileiras, o Pequeno príncipe faz uma linda amizade com o aviador mais famoso dali, Senhor Augustinho ou mais conhecido como Santos Dumont, além é claro de explorar e conhecer a cultura de várias regiões do país, mas ele não contava com a ajuda que de uma cobra gigante com cabeça de fogo, o boitatá, que o levaria de volta para a sua flor quando ele mais precisava perceber aquele amor... Você vai se emocionar e se divertir muito com a história deste menino que nos ajuda a perceber os principais valores da amizade, do amor e do sentido da vida.

A memória e a história de Joana D´arc sempre foi centro de controvérsias e curiosidades, muitas vezes ardentes ou apaixonantes, mas que com certeza nos trazem lições grandiosas sobre propósito e fé. Muitos escritores tentam interpretar na mente de Joana para compreender essa jovem que mudou a história de um País, de uma nação. Léon Denis nos narra em detalhes a visão sobre o espírito de Joana D’Arc em uma história emocionante e envolvente que nos projeta para um Universo de responsabilidades e um reservatório de forças desconhecidas, energias incalculáveis. Este Universo vertiginoso nos abre ao pensamento, infinito de realidades, e que muitas vezes nos escapam pelo sentido.

Em cena, duas mulheres paradas lado a lado. Portam pesados vestidos, que de tão longos se acumulam no chão formando amontoados de tecido. E cintos, de onde pendem estranhos objetos. Se o espectador fechar os olhos e abrir os ouvidos, ele as vê. E elas dançam.

Um Povo Ainda Há de Vingar, musical original livremente inspirado no disco Refazenda, lançado por Gilberto Gil em 1975, que completa 50 anos. A montagem do Grupo 59 de Teatro - dirigida por Kleber Montanheiro e escrita pelo dramaturgo Lucas Moura da Conceição e pelo poeta Marcelino Freire A montagem de Jeca acompanha a jornada de emancipação de um homem do povo a partir da conexão com suas raízes. É nessa viagem de retorno ao seu lugar de infância - feita por quem saiu para se encontrar e agora, mais velho, regressa para se reconhecer - que o espectador acompanha a trajetória de um Brasil plural e contraditório, em busca de um sentido de vida profundamente vinculado à terra. A dramaturgia é estruturada em uma espiral, em uma metáfora cíclica das estações da vida, da natureza e da música. O enredo é construído a partir de personagens, paisagens e situações retiradas das letras das canções do álbum, que ganham vida no palco.

Considerado o psiquiatra mais lido do mundo nas últimas duas décadas, Augusto Cury lançou O Homem Mais Inteligente da História em 2016, após 15 anos de estudos e pesquisas sobre gestão da emoção. A obra conta a trajetória do cientista Marco Polo, especialista no funcionamento da mente, quando ele é desafiado pela ONU a estudar a inteligência de Jesus, o homem mais famoso da história. Quem dá vida ao protagonista Marco Polo é o ator Daniel Satti, que participa dessa montagem ao lado de Priscilla Dieminger, Renan Rezende, Murilo Inforsato, Pietro Alonso e Letícia Navarro. O espetáculo aborda os principais aspectos da gestão da emoção e também fala sobre autocontrole, criatividade, solidariedade, a busca da felicidade e amor. Além disso, trata com sensibilidade temas polêmicos como depressão e violência contra a mulher.

A peça Por Toda a Minha Vida, acompanha um dia na vida de Renata e Luiz. Ao se conhecerem num jardim, eles iniciam uma conversa aparentemente casual, que logo se transforma em uma viagem afetiva pelo passado de Renata.Ela propõe a Luiz um jogo: contar a história dos três romances de sua vida seu Primeiro Amor, um Namorado e seu atual Marido para que ele descubra qual deles foi, de fato, o grande amor de sua vida.Com direção artística de Tinno Zani e texto de Leo Bagarolo e Victor Delboni, o espetáculo aposta em uma narrativa sensível e bem-humorada, que transita entre comédia e drama. O elenco traz os atores Evelin Camargo e Leo Bagarolo, que ampliam sua trajetória ao atuar nos palcos.

Como Falhar em Público é um laboratório cênico que transforma o erro em matéria-prima de encontro, riso e reflexão. A cada sessão, quinze participantes sobem ao palco para vivenciar jogos de improviso, comunicação e presença, enquanto o restante da plateia acompanha como espectador ativo. Baseado na pedagogia do palhaço, o laboratório atravessa corpo, palavra e vulnerabilidade como caminhos de pertencimento. Não é um espetáculo: um espaço de risco compartilhado, onde falhar se revela potência, humanidade e arte.

Psiu! - Uma comédia sobre vizinhos chatos e obras barulhentas. Um casal questiona suas escolhas profissionais e sofre com vizinhos chatos e com ruídos da rua onde mora.Em busca de uma vida melhor, decide se mudar para uma região "mais nobre" da cidade, mas as coisas não saem como os dois imaginavam. Comédia sobre moradores invasivos, ruas e obras barulhentas que sufocam o dia a dia de uma população que já não sabe mais como viver e trabalhar em São Paulo.

Era uma vez, num reino até que bem próximo, um Rei chegou com um desejo de bondade na alta corte da nobreza publicitária.Iluminado por um Sol cada vez mais quente, cercados por todos os lados de catástrofes globais que nos levam mais um passo ao abismo, o Rei decide ser bom.Mas ele não tem o que temer, já que sua equipe de marketeiros tem a solução. Um protetor solar para salvar a todos nós, uma marca para ser lembrada até o fim dos tempos, mas mesmo tentando se manter positivo, ele consegue sentir o seu fim ficando casa vez mais próximo.

Mesclando tradição oral e música, a performance-instalação Tudo pra Mim é Viagem de Volta cria um mundo a partir das sonoridades dos equipamentos de gravação e reprodução construídos pela artista Podeserdesligado, idealizadora da iniciativa. O trabalho tem direção e dramaturgia de João Turchi e é inspirado na ficção de um continente submerso habitado pelos filhos de mulheres escravizadas que se lançaram ao mar durante as travessias. O som é entendido na performance como um meio de transporte cósmico. Ele não só é a base para outros mundos possíveis, como também abre portais. Ainda mais porque, de acordo com Podserdesligado, nas práticas negras de criação, ele funciona como uma tecnologia especulativa, uma ferramenta vibracional de produção de realidade, de tempo e de espaço.

Da Roma Antiga (37-41 d.C.) à futurista Nova Babilônia (2044-2048), o jovem imperador Kalígula usa seu poder absoluto em uma busca radical por liberdade, renovando o mundo através do caos para, quem sabe, salvá-lo de si mesmo. Uma entidade fundamentalmente caótica, ao mesmo tempo boa e má, e mediador entre o divino e o humano, Kalígula conjuga todos os opostos.Legba, Exu e Pomba Gira** encarnam o herói ambíguo, o *trickster*, o astuto. Como mestre do acaso no destino dos homens, ele desafia os conformismos, introduz a desordem e, portanto, a possibilidade de mudança. Como senhor dos cruzamentos e dos paradoxos, ele reordena o mundo provocando o caos, ilude para revelar, mente para afirmar a verdade.Transgride as regras, contesta a ordem estabelecida: exerce a crítica do poder e dos poderosos. Introduz a liberdade em um sistema fechado — é um princípio de revolução. Seu poder de restaurar a ordem do universo está ligado à sua sexualidade desregrada — pois nele, o sexo é força criadora, energia transbordante.

Em “Dom Quixote e a Busca do Natal Perfeito”, o clássico cavaleiro da literatura ganha uma nova missão: depois de ler incontáveis fábulas natalinas, ele parte em sua inseparável montaria, Rocinante, acreditando que existe um Natal puro, mágico e repleto de significado escondido em algum lugar do mundo.Acompanhado de seu fiel escudeiro Sancho Pança, Dom Quixote embarca numa aventura encantada, mas cheia de desafios: pelo caminho, ele enfrenta os fantasmas do egoísmo, da luxúria, da indiferença e da falta de compaixão, que tentam convencer o cavaleiro de que o Natal já perdeu sua essência. Mas com coragem, humor, inocência e a ajuda de personagens natalinos, crianças sonhadoras e até anjos bailarinos, Quixote segue firme — determinado a provar que o Natal ainda vive dentro de cada coração disposto a amar.

A peça Olhos nos Olhos, estrelada por Ana Lúcia Torre, celebra os 80 anos de vida e 60 anos de carreira desta, mesclando histórias de sua trajetória pessoal e profissional com a obra de Chico Buarque de Holanda. Letras de clássicos como Meu Guri, Beatriz, Geni e o Zepelim, Valsinha, Atrás da Porta e Olhos nos Olhos, entre muitas outras, compõem o roteiro.

O espetáculo é uma adaptação para teatro do livro da Dra. Maya Angelou, o best-seller “Eu sei porque o pássaro canta na gaiola”, lançado em 1969 e que agora chega ao Brasil com dramaturgia e direção de Elissandro de Aquino. Em cena, Mila Moura e Pedro Leal David, multiplicarão o palco tocando arranjos exclusivos forjados no blues e suas variações. Depois de dez anos, ter o retorno de Zezé Motta ao teatro estrelando “Vou Fazer de Mim um Mundo”, seu primeiro monólogo, é uma forma de celebrar seu octogésimo ano com um acontecimento único e histórico.

Ao longo de sua trajetória, Nara Leão assumiu um compromisso com a liberdade, eternizando-se como uma das grandes personalidades brasileiras do século XX. Neste solo, Zezé Polessa revive a cantora que marcou época, quebrou tabus, lançou modas e protagonizou movimentos como a Bossa Nova, o Tropicalismo e as canções de protesto durante a ditadura. Escrita e dirigida por Miguel Falabella, "Os Olhos de Nara Leão" traz de volta a artista para compartilhar com o público suas memórias, reflexões e sucessos como "A Banda", "Diz que fui por aí", "Corcovado" e "Marcha da Quarta-feira de Cinzas".

Um filho recebe a notícia de que sua mãe tem apenas um mês de vida. Uma descoberta inesperada o obriga a revirar o passado para conhecer quem essa mulher foi, antes que o tempo acabe. Obcecado em preencher essas lacunas, os limites entre as suas memórias e as da mãe começam a se confundir.

"Valência = 2 homens + 1 cooler” é uma peça que discute a amizade e a masculinidade contemporâneas através da história de um homem que precisa urgentemente de um transplante de rim. Seu melhor amigo se oferece como doador, mas o que parecia ser somente um ato de compaixão se torna estopim de uma crise de consciência e de um acerto de contas de uma amizade de mais de 30 anos.

Molière discute o machismo em sua Escola de Mulheres. Nessa comédia escrita em 1662, mas incrivelmente atual, Arnolfo repele frontalmente a ideia de ser traído, e para isso tenta educar uma jovem para que se torne sua esposa ideal. As mulheres de Molière são inteligentes, perspicazes e empoderadas, muito antes do termo invadir nosso cotidiano, fazendo com que o plano de Arnolfo não seja tão fácil assim.

Ao longo das últimas décadas, ‘Hair’ se tornou um ícone e uma das principais referências do movimento cultural e comportamental que mudou o mundo nas décadas de 60 e 70. Quase 60 anos se passaram desde a estreia em 1967 e uma nova versão brasileira de ‘Hair’ chegará aos palcos para comprovar que este fenômeno não tem data de validade.Símbolo máximo do movimento hippie, ‘Hair’ era um reflexo do turbilhão de acontecimentos do final dos anos 60, com a busca por novas experiências, o amor livre e o rock psicodélico. Tornou-se também uma resposta a um mundo que se indignava com os horrores da segregação racial e com a Guerra do Vietnã, o primeiro conflito internacional televisionado.

Roma, 6 de maio de 1938. Enquanto Benito Mussolini e Adolf Hitler firmam sua aliança política — em uma parada com massiva presença da população — Antonietta, dona de casa e mãe de seis filhos, é impedida de ir para ficar em casa cuidando dos afazeres domésticos. Em meio ao caos, seu pássaro de estimação voa até a janela do vizinho Gabriele. Ele, demitido da rádio por ser gay e na iminência de ser preso, não iria a um desfile com essa temática. Entre conversas sobre sonhos, frustrações e desejos, nasce uma amizade extraordinária e um amor platônico que, naquele dia, mudará suas vidas para sempre.

Um dos maiores sucessos da Broadway e adaptada para o cinema em um filme vencedor do Oscar chega pela primeira vez ao Brasil. Com texto e letras de Tom Eyen, músicas de Henry Kieger, coreografia original de Michael Bennett e arranjos de Harold Wheeler, o espetáculo no Brasil terá tradução e versão de Bianca Tadini e Luciano Andrey, direção geral de Gustavo Barchilon, direção musical de Gui Leal e coreografias de Rafa L. “DREAMGIRLS” retrata a ascensão de um grupo de cantoras afro-americanas nos Estados Unidos na década de 60, inspirado nas histórias de mulheres da Motown, como as “The Supremes”. A trama reflete a era de ouro da música soul e as transformações da indústria fonográfica dos Estados Unidos durante os anos 60 e 70, abordando pautas como racismo, desigualdade de gênero, o preço da fama e a complexidade das relações pessoais e profissionais no showbiz.

Um quintal se torna palco de encantos em A Botija: um inventário de histórias fantásticas do Nordeste Brasileiro, peça que a Cia. Fabulinhos apresenta. Resultado de uma pesquisa sobre literatura oral realizada nas cidades do sertão potiguar, A Botija conta a história de três netos que retornam à casa da avó, no sertão nordestino, em busca de uma botija de ouro da qual ouviram falar na infância. Ao longo dessa busca, encontram-se com encantados e encantarias, como a caipora, a princesa da serra e a mulher do sonho.

Após uma temporada de sucesso de público e crítica, "Beetlejuice" volta para os palcos paulistanos. Estrelada por Eduardo Sterblitch, a peça é inspirada no clássico de Tim Burton, "Os Fantasmas Se Divertem" (1988), trazendo a estética excêntrica e o humor sombrio que marcam a obra tanto nas telas quanto nos palcos. A peça conta com libreto original de Scott Brown e Anthony King e músicas de Eddie Perfect. A versão brasileira é assinada por Claudio Botelho. A equipe criativa conta com Laura Visconti na direção musical, Renato Theobaldo na cenografia (vencedor do Prêmio DID 2024), Dani Vidal e Ney Madeira no figurino, Sueli Guerra na direção de movimento e coreografia, Dani Sanches no desenho de luz, Gabriel D’Angelo no desenho de som, Anderson Bueno no visagismo e Lucas Pimenta como assistente de direção. A produção geral é de Alyzandra Pessanha.

Em cena, o publicitário Tom (Armando Babaioff) vai à fazenda da família para o funeral de seu companheiro. Ao chegar, descobre que a sogra (Denise Del Vecchio) nunca tinha ouvido falar dele e tampouco sabia que o filho era gay. Nesse ambiente rural e austero, Tom é envolvido numa trama de mentiras criada pelo irmão (Iano Salomão) do falecido, estabelecendo com aquela família relações de complicada dependência. A fazenda, aos poucos, vira cenário de um jogo perigoso, onde quanto mais os personagens se aproximam, maiores as suas contradições.

Após uma turnê teatral na França, a autora e produtora carioca Natasha Corbelino se viu diante de um dilema: de um lado sentia um enorme cansaço físico e mental, mas, por outro lado, não tinha nenhum projeto em vista. Em meio a essa angústia, nasceu o espetáculo performativo 1 peça cansada, realizada dentro da sala de sua própria casa. Natasha transformou seu apartamento em cenário e realizou 10 sessões seguidas por dia, cada uma com cerca de 45 minutos de duração. 1 peça cansada, de Natasha Corbelino, é uma peça performativa que celebra o processo continuado da criação com a produção e o ato de causar saúde coletiva a partir da cena em honestidade radical. A peça se ergue com uma poética do limite, onde o tremor é tática para seguir. Em movimento, a artista partilha o percurso de um corpo cansado e desejante, que busca possibilidades de expansão em um encontro de delicadezas com o público.

Depois que Alex recebe uma mensagem privada do seu namorado que morreu, ele parte numa jornada seguindo pistas e enfrentando perigos numa tentativa de descobrir a verdade. Um thriller queer cheio de humor ácido que convida a plateia a refletir sobre autoexposição, drogas, paranoia, vida e morte na era do Instagram.

Montada em mais de 20 países, O FILHO ganha sua montagem inédita no Brasil.Nicolas é um jovem de 16 anos, apresentando sinais de depressão. Filho de pais separados sente-se perdido, troca a casa da mãe (Maria Ribeiro) pela do pai (Gabriel Braga Nunes). Quem poderá compreendê-lo? Os pais, os médicos? Na peça O FILHO, o dramaturgo francês Florian Zeller mergulha na teia complexa das relações familiares para refletir sobre os mistérios da mente e a dificuldade em encontrar um sentido para a vida.

O espetáculo tem texto de Emílio Boechat e Marilia Toledo. Marilia também divide a direção da peça com Fernanda Chamma, enquanto a direção musical é assinada por Daniel Rocha. No palco, o camaleônico Ney Matogrosso é interpretado por Renan Mattos - que é acompanhado por mais 16 atores e banda ao vivo composta por 6 músicos. O musical chega para apresentar ao público essa figura tão importante para a nossa cultura.

Dois homens, de personalidades opostas, se conhecem num posto de saúde, enquanto aguardam seus resultados de teste rápido. Esse encontro, ao acaso, unirá os dois de uma forma inesperada e criará um lanço entre eles por toda a vida.

O espetáculo Escute as Feras parte de uma livre adaptação do livro homônimo da antropóloga francesa Nastassja Martin, onde a autora teve seu rosto desfigurado por um urso pardo em um encontro inesperado na região de Kamchatka, na Sibéria. A adaptação teatral protagonizada por Maria Manoella, se concentra nos principais pontos de contato entre essa história e a realidade brasileira, entre essa mulher e todas as mulheres. O espetáculo descola do realismo da obra homônima, procurando criar um microclima de sonho e estímulo dos sentidos. Maria Manoella dá voz à narradora acompanhada do músico Lucio Maia, que executa a trilha ao vivo como uma extensão dramatúrgica, criando não só música, mas ambiências sonoras.

O projeto de “Vozes Negras” foi idealizado e dirigido por Gustavo Gasparani com produção da Aventura, de Aniela Jordan e Luiz Calainho. A proposta é justamente usar o conceito de uma série televisiva, mas no teatro. A cada semana, canções, texto e direção se renovam a partir do contexto de cada homenageada. Todos os espetáculos da série funcionam de forma independente e nãoé necessário assistir em ordem cronológica. Cada sessão vai abrir espaço para uma conversa com a presença de uma debatedora convidada e a participação da plateia, sobre temas como o racismo e o feminismo negro nos dias de hoje.

As alegorias – e as potentes vírgulas – do escritor José Saramago (1922-2010) encontram a infinitude cênica e poética do Grupo Galpão. “(Um) Ensaio sobre a Cegueira”, o mais recente espetáculo da companhia mineira, é inspirado no romance do autor português, com direção e dramaturgia de Rodrigo Portella, e direção musical de Federico Puppi. Na clássica obra, lançada há exatos 30 anos, uma epidemia assola a cidade, privando seus habitantes de enxergar o mundo. Em tal contexto, questões ligadas à moral, à ética e à vida em comunidade são postas em xeque. Uma epidemia de cegueira assola a cidade, privando seus habitantes de enxergar o mundo como antes. Tudo começa com um homem no trânsito, repentinamente cego. Rapidamente a condição se espalha e coloca à prova a moral, a ética e as noções de coletivo. Um encontro entre o Grupo Galpão e a obra de José Saramago, escritor português ganhador do Prêmio Nobel de Literatura.

Passado Presente Zenturo é fruto do processo de conclusão do curso profissionalizante em teatro de 2024 no Teatro Escola Macunaíma. O espetáculo articula a dramaturgia contemporânea Marcha para Zenturo, de Grace Passô, e o clássico As Três Irmãs, de Anton Tchékhov. A narrativa se passa em um futuro aparentemente distópico, onde seres humanos são acometidos por uma doença epidêmica cujos principais sintomas são a perda da sensibilidade do contato e das atividades cognitivas de agir, ver e ouvir no tempo presente. Em 2441 uma festa de ano novo marca o reencontro de um grupo de pessoas com laços de amizade do passado. No futuro, viver o “agora” é uma doença, mas tem quem ouse viver o presente. Feliz ano novo! Um brinde à nossa capacidade de perceber que alguma coisa está acontecendo

A peça apresenta uma celebração do artista anônimo, daquele que está “na linha de trás”, cuja paixão pela arte é maior que o medo do fracasso. Em um teatro vazio, dezessete bailarinos disputam oito vagas na linha de coro de um novo musical da Broadway. Liderados por Zach, um diretor exigente que busca mais do que técnica, os candidatos são levados a um processo incomum: revelar suas histórias de vida, medos, frustrações, descobertas e sonhos mais profundos. À medida que os depoimentos se desenrolam, o público mergulha nas trajetórias únicas de cada artista — jovens que cresceram entre aulas de balé, repressões familiares, inseguranças físicas e o desejo visceral de pertencer ao palco.

Exatamente 25 anos depois de sua estreia no galpão do Armazém 14, no Recife, A Máquina, premiado espetáculo adaptado do romance homônimo de Adriana Falcão, e dirigido pelo renomado encenador pernambucano João Falcão, volta aos palcos do Brasil. A peça, que marcou a história da dramaturgia brasileira por sua inventividade e revelou ao país os talentos de um quarteto pouco modesto: Wagner Moura, Lázaro Ramos, Gustavo Falcão e Vladimir Brichta - até então desconhecidos do grande público. O enredo convida o espectador a adentrar a fictícia cidade de Nordestina, um lugar comum, sem recursos, como tantas cidades do interior do Brasil, onde o jovem Antônio decide mudar seu destino — e o do mundo — para impedir a partida de sua amada Karina. Para isso, promete o impossível: viajar no tempo e trazer o mundo até sua cidade.

Uma comédia hilária e irreverente do clássico Titanic (1997), Titanique — O Musical está repleto de reviravoltas absurdas e canções icônicas que elevam a experiência a algo verdadeiramente inesquecível. O espetáculo é uma carta de amor à música pop, ao cinema e ao teatro musical — prometendo uma noite cheia de risadas, emoção e pura alegria, tudo ao som inesquecível de Céline Dion.

Dona Lola é uma dona de casa que tem sua vida transformada ao se tornar um fenômeno das redes sociais com os vídeos postados pela sua neta. Após o inesperado sucesso, ela, incentivada por suas amigas mais próximas, decide se apresentar no teatro mesmo não sendo atriz, não tendo um espetáculo e muito menos sabendo o que dizer. Claro que as presenças mais aguardadas na plateia são as das amigas, mas, por motivos distintos, elas não comparecem à apresentação, o que resulta na ira de Dona Lola, que acaba expondo a vida de suas amigas e, de certa forma, dizendo muito sobre si mesma

Um dos textos mais emblemáticos do dramaturgo inglês William Shakespeare, “O Mercador de Veneza” ganha nova montagem, sob a direção de Daniela Stirbulov. À frente do elenco de 12 atores, Dan Stulbach dá vida ao icônico agiota Shylock, já interpretado por nomes como Al Pacino, Laurence Olivier e Pedro Paulo Rangel.A trama acompanha Antônio, um mercador que contrai uma dívida com o agiota Shylock para ajudar seu amigo Bassânio. Como garantia, Antônio aceita dar libra de sua própria carne. Com o não pagamento da dívida, o contrato desencadeia um julgamento dramático, colocando em pauta temas como justiça e preconceito.

O consagrado dramaturgo irlandês Brian Friel (1929–2015) criou em Afterplay (2002) um encontro entre duas personagens de Tchekhov: Sônia Serebryakova (Tio Vânia) e Andrey Prozorov (As Três Irmãs). A peça de um único ato chega em São Paulo, no dia 31 de outubro, sob direção de Luiz Eduardo Frin, que também atua ao lado de Bia Bologna. Com atmosfera intimista e texto ágil, o espetáculo mergulha nas memórias e fragilidades de Sônia e Andrey, que se encontram em um café decadente da Moscou dos anos 1920. Ambos carregam passados desfeitos e buscam, de formas distintas, algum ponto de reconexão. Nas palavras de Luiz Eduardo Frin, a obra sugere que, em tempos de mudanças rápidas e de permanente desconstrução, apenas os que aceitam sua condição de deslocados conseguem de fato se encontrar.

Hannah Arendt - Uma Aula Magna é o mais novo espetáculo de Eduardo Wotzik, onde o ator e diretor, - em surpreendente, e reflexivo espetáculo, traz à cena de maneira bem-humorada, uma das mais importantes pensadoras do século ΧΧ.O premiado ator, diretor e autor de teatro Eduardo Wotzik, de barba e salto alto, dá vida a importante cientista política do Século XX em Hannah Arendt Uma Aula Magna.

Com Amanda Acosta no papel principal de Norma, a montagem recria momentos da vida dessa multiartista em um diálogo imaginário. Dirigida por Aimar Labaki, com direção musical de Gustavo Kurlat e idealização de Alexandre Brazil, a peça apresenta não só a trajetória pessoal e artística de Norma, mas também o vigor cultural do Brasil nos anos 1950 e 60.

Nova temporada de Tim Maia - Vale Tudo - o musical, espetáculo com roteiro de Nelson Motta e baseado no livro "Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia".A primeira montagem da peça, de 2012, conquistou público e crítica, tornando-se um dos maiores sucessos do teatro musical brasileiro. Com linguagem moderna e dinâmica, a nova versão promete emocionar e transformar o palco em uma grande festa permeada por 20 hits de Tim Maia.O musical percorre a trajetória de Tim Maia, desde a juventude no Rio de Janeiro até a consagração como um dos maiores nomes da música brasileira. Baseada no livro homônimo de Nelson Motta e com curadoria de Carmelo Maia, a peça percorre a trajetória de Tim Maia desde a juventude no Rio de Janeiro, às amizades com artistas do calibre de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Elis Regina, Jorge Ben etc, até a consagração como um dos maiores nomes da música brasileira. Além do texto de Nelson Motta, a nova montagem conta com direção musical de Carlos Bauzys e Diego Salles, direção geral de Pedro Brício e produção geral de Adriana Del Claro.

A partir do best-seller Sapiens, de Yuval Harari, o premiado espetáculo FICÇÕES fala da capacidade humana de criar e acreditar em ficções: deuses, dinheiro, nações…o que foi ou não inventado? Vera Holtz se desdobra em personagens da obra literária e em outras criadas por Rodrigo Portella, canta, improvisa, “conversa” com Harari, brinca e instiga a plateia, interage com o músico Federico Puppi – autor e performer da trilha sonora original, com quem divide o palco. Em outros momentos, encarna a narradora, às vezes é a própria atriz falando.

Após grande sucesso, a pista do Teatro Oficina recebe de volta Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, com direção de Monique Gardenberg. Escrita em 1947, é um mergulhono inconsciente familiar — uma tragédia brasileira. Nesta encenação, o espaço cênico é atravessado por elementos audiovisuais, trilha original e ambientações sensoriais. Ambientada em uma casa à beira-mar, a peça propõe um mergulho nos limites entre realidade e delírio. A casa, torna-se um organismo vivo. No centro da trama está Misael (Marcelo Drummond), juiz assombrado por segredos. Ao seu redor, giram personagens tomados por impulsos inconfessáveis: Moema (Lara Tremouroux), a filha intensa e intuitiva, e Eduarda (Leona Cavalli), esposa e figura central de uma dinâmica familiar.

Dona Aracy, a Gorda, e Seu Noronha, contínuo da Câmara dos Deputados, vivem num cortiço do Bixiga com suas cinco filhas. Entre silêncios, risos forçados e pequenas barganhas, o pai fecha os olhos para os rumos que cada uma toma, contanto que a engrenagem da casa continue girando.Mas é a caçula — guardada em um colégio interno como promessa de pureza e futuro — que desmancha o equilíbrio frágil da família. Seu retorno inesperado desencadeia tensões que transbordam os limites do lar, trazendo à tona segredos, desejos e violências que até então se escondiam nas frestas do cortiço.A encenação percorre o fio entre farsa e tragédia, atravessada pela carpintaria do ator e pela revanche do feminino, que explode em força bruta e lirismo. No coração do Bixiga, uma família em ruína se transforma em retrato distorcido de uma sociedade inteira.

Um dos maiores sucessos da recente temporada teatral no Brasil e em Portugal, a peça “Dois de Nós”, volta em cartaz em São Paulo. A peça reúne um dos casais mais icônicos da televisão e do cinema brasileiros, Antonio Fagundes e Christiane Torloni, que se encontram pela primeira vez no teatro, ao lado dos atores Thiago Fragoso e Alexandra Martins. O texto inédito é de Gustavo Pinheiro, sob direção de José Possi Neto. A peça celebra a amizade e a parceria profissional de Fagundes e Torloni, que completa 45 anos. Na comédia “Dois de Nós”, dois casais de gerações diferentes, se encontram num quarto de hotel. Segredos e mentiras começam a ser revelados trazendo à tona um divertido turbilhão de sentimentos, com muita emoção e desafios, que mudarão a vida deles para sempre.

Ser feliz o tempo todo, todos os dias, também há de ter seu preço e seus conflitos. É o que pretende mostrar a protagonista vivida por Martha Nowill na peça Felicidade, escrita por Caco Galhardo e dirigida por Dani Angelotti. Na direção musical e também no palco, o espetáculo conta ainda com a participação do cantor e compositor Zeca Baleiro, dos atores Eduardo Estrela, Luisa Micheletti, Nilton Bicudo e Willians Mezzacapa e da percussionista Layla Silva. Com cara de quadrinhos e ambiente de show musical, o espetáculo narra a inesperada virada na vida de uma jornalista e influenciadora de sucesso, que sem nenhuma razão aparente acorda com uma felicidade radiante e inexplicável. O que poderia ser apenas um bom dia se transforma em uma desconhecida forma de existir, já que essa alegria simplesmente não vai embora. Agora, ela precisa aprender a lidar com sua nova personalidade transformada. Mas será que o mundo ao seu redor está preparado para conviver com tanta felicidade?

O monólogo de Gregório Duvivier volta a São Paulo para dois dias de apresentações. A peça é uma comédia sobre a presença quase invisível da poesia no cotidiano. Quem tem medo de poesia? Gregório Duvivier não faz parte deste grupo e, como um apaixonado, faz de tudo para persuadir os outros das qualidades do seu objeto de encanto – até mesmo criar um espetáculo sobre o assunto. No monólogo cômico “O Céu da Língua”, o artista usa o seu discurso para convencer o público de que tropeçamos diariamente na poesia e o assunto é prazeroso e divertido.

Sucesso da dramaturgia nacional, a peça de Bosco Brasil ganha nova montagem dirigida por Eric Lenate, em codireção com Vitor Julian. Lenate também está em cena ao lado de Fernando Billi. O espetáculo, que tem direção de produção de Maurício Inafre, coloca em cena o encontro entre dois homens atravessados pela história: um imigrante que traz no corpo e na memória as marcas da Segunda Guerra Mundial e um ex-torturador do Estado Novo brasileiro. Ao expor esse choque de experiências, a obra convida o público a refletir sobre a violência política, a memória do horror e os limites da humanidade.

O que leva um homem pacífico, que sente repulsa por qualquer tipo de violência, que aprendeu a viver evitando conflitos – para não ser alvo da agressividade de outras pessoas – o que leva esse homem a cometer um ato extremamente violento? É a partir dessa pergunta que nasce a escrita de O Motociclista no Globo da Morte. O texto apresenta a história de Antonio, um matemático, um homem racional e sensato que, numa tarde de um dia qualquer, se vê̂ envolvido numa espiral de violência quando almoçava em um bar. É a partir deste fato, que muda a sua vida para sempre, e enquanto conta ao público com riqueza de detalhes o que aconteceu, que Eduardo vai tecendo considerações sobre as diversas formas de violência que resultam da vida em sociedade. E se é possível, aos seres humanos como indivíduos, combater essa violência ou se é inevitável render-se a ela.

Com humor afiado e olhar crítico, em atuação solo de Danielle Winits dirigida por Gerald Thomas, a obra se estabelece como uma reflexão sobre as irracionais contradições humanas, o papel da mulher na sociedade e os dilemas da vida contemporânea. O título sugere uma busca extraterrestre, mas é, na verdade, uma metáfora para a busca de empatia, conexão e sentido no meio da confusão cotidiana da humanidade.Estruturada como um monólogo múltiplo, uma só atriz (Danielle Winits) interpreta diversos personagens e por meio dessas vozes constrói uma narrativa fluida e cômica que atravessa diferentes contextos sociais e históricos. Mais do que uma peça feminista ou de crítica social, é uma reflexão espirituosa e comovente sobre o que nos torna humanos, e sobre os sinais de inteligência (afeto e empatia) que ainda podem ser encontrados entre nós.