
Com cerca de 67% de seu território coberto por florestas, o Japão é reconhecido como um dos países mais arborizados do mundo, segundo dados da Embaixada do Japão no Brasil. A partir deste cenário, o carpinteiro, mestre da madeira, pede a permissão das divindades das montanhas e florestas para cuidar das árvores, analisando cuidadosamente suas características e o seu crescimento para utilizar a madeira certa para o propósito certo. Tendo como base esse respeito e admiração pela natureza, junto com a responsabilidade e o comprometimento de construir algo duradouro, os carpinteiros japoneses desenvolveram uma técnica altamente refinada, que não depende de pregos ou peças metálicas. Este é um pouco do espírito que a exposição “Imbuídos das forças das florestas do Japão – Mestres da carpintaria: habilidade e espírito”, com curadoria de Marcelo Nishiyama, diretor associado e curador-chefe do museu Takenaka Carpentry Tools (Kobe, Japão). Em São Paulo, a mostra ainda ganhará uma segunda parte, prevista para março de 2026, dedicada ao kigumi, técnica arquitetônica que consiste em entalhar as peças de madeira para que se encaixem perfeitamente.