Exposição panorâmica da obra de Flávio Império. A mostra reúne quase 300 obras, abrangendo a produção do artista entre os anos 1960 e 1985, e tem curadoria assinada por Yuri Quevedo, curador do museu e pesquisador da obra de Flávio Império (1935–1985) há 16 anos. Flávio Império foi um artista brasileiro em que a atuação transdisciplinar marcou profundamente a cena cultural do Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Sua importância se dá não apenas pela multiplicidade de linguagens que dominava (como pintura, arquitetura, cenografia, teatro, design gráfico e do ativismo político), mas também pela maneira como ele as articulava em uma prática artística crítica, engajada e transformadora. Império trabalhou com uma diversidade de materiais, produzindo serigrafias, pinturas, colagens, fotografia e documentários em super-8. A exposição propõe ao público uma imersão em diferentes momentos e manifestações da produção do artista, ressaltando a coerência e a liberdade que orientam sua prática tão diversa. Entre os destaques estão o projeto de figurino "fogo”, desenvolvido especialmente para a cantora Maria Bethânia para a peça Rosa do Ventos (1971), além dos estudos para capa do disco Doces Bárbaros (1976), que poderão ser vistos na segunda sala da mostra. Uma maquete descreve o projeto que o artista fez para o show Pássaro da Manhã (1977) de Maria Bethânia. Em um momento em que a ditadura militar começa a enfraquecer e surgem os movimentos de abertura, Império concebe um cenário em que a cantora surge de uma noite escura no fundo e vai gradualmente se aproximando da plateia ladeada por tecidos que representam a alvorada. No show Bethânia canta lembrando os amigos que foram exilados.