BITCH é um solo de de dança que celebra a potência de transição entre o corpo-mulher e o corpo-animal. É uma entidade mulher-canina, uma manobra queer-antopofágica que busca inverter os sentidos da palavra CADELA, termo que visa atingir mulheres de forma depreciativa. Além disso, faz um movimento de reapropriação da bandeira do Brasil – uma bailarina "devora" uma porta-bandeira e questiona qual bandeira carregamos como mulheres. O trabalho é dirigido por Alexandra Dias e dançado pela criadora-intérprete Maria Falkembach. Este solo marca o desenvolvimento da poética de movimentos de Alexandra Dias, que explora um corpo esburacado, cheio de espaços e ávido por relações. Traz à cena um corpo aberto à incorporação do outro por meio da animação de seus buracos como espaços de entrada e saída, visa tirar da boca e, portanto, da palavra, o lugar de protagonismo do enunciado antropófago.