Baseado no conto As Coisas que Perdemos no Fogo, da escritora argentina Mariana Enriquez, a peça traz uma realidade distópica na qual mulheres passam a se atirar em fogueiras voluntariamente, como forma de protesto às violências a que são submetidas. Atear fogo no próprio corpo – e não morrer – se torna um contra ataque às sociedade, que entra em colapso diante da necessidade de promover novas leituras ao dito feminino. Queimadas e desfiguradas, elas se tornam perigosas, sádicas, monstruosas. Simbolicamente indestrutíveis.