Apresentando um conjunto de obras inéditas, a artista examina processos históricos e estruturais de despossessão racial legitimados pela branquitude. Por meio de operações conceituais, que mobilizam documentos, objetos, materiais e linguagens artísticas diversas, as obras de Tetê Lian ultrapassam um discurso de denúncia e apresentam uma pesquisa aprofundada sobre os mecanismos de sustentação do aparato colonial-racial e suas continuidades em diferentes momentos históricos, incluindo os dias de hoje. A naturalidade com a qual objetos e obras de arte pilhados de nações africanas são exibidos em museus europeus, a destituição de humanidade e reificação de corpos que justificaram a escravização, assim como o roubo e o apagamento da propriedade material e intelectual de pessoas negras, são alguns dos temas abordados na exposição.