O concerto é um espetáculo transmídia que aborda as erupções sônicas de corpos negros, tomando como base as biografias do Rei Aganjú e de Anastácia, símbolos de fé e resistência. Em cena, os intérpretes exploram movimentos, sons e textos em um compromisso criativo emancipatório, imergindo os sentidos no cruzamento de dispositivos de improvisação com jazz, música eletrônica, literatura, dança e outras manifestações afropindorâmicas. A obra utiliza o conceito de afrosurrealismo como base estética e ética da narrativa. Dividida em três atos, o primeiro apresenta o despertar do vulcão e o rito a Anastácia, simbolizado pela instalação de um totem. O segundo ato narra o encontro das águas com a lava e o desenvolvimento da liberdade radical negra, em uma jam cênica. No terceiro e último ato, rompe-se o elo ficcional da dramaturgia com a exposição dos dispositivos do próprio processo de construção do concerto, apresentando diretamente as vozes de pensadores contemporâneos e novas camadas sonoras. Vulcão Anastácia é, ao mesmo tempo, uma peça teatral e uma jam session, dois espaços distintos entrelaçados, onde um é o sonho do outro, mas ambos se completam. Informamos que a obra é visual e sonoramente hiperestimulante, sendo importante alertar pessoas com sensibilidade a esses elementos.