O artista Luiz Paulo Baravelli apresenta uma seleção de trabalhos na sede da galeria. A mostra reúne 235 pinturas produzidas durante o último ano, que revisitam, através do pequeno formato, o vocabulário pictórico e imagético que o artista vem desenvolvendo há mais de cinquenta anos. As pinturas-gato, para Baravelli, seriam aquelas que “quando você entra, vão para baixo do sofá e ficam te olhando. Se você chega perto e faz pspsps elas vão embora. Depois, se elas gostam de você e no tempo delas, chegam devagarinho sem você perceber e roçam de leve na sua perna. Aí o jogo pode começar”.É a partir desse temperamento felino que Baravelli dá o tom dessa exposição, uma espécie de panorama de sua obra que remodela o formato da retrospectiva ao dispensar o terreno seguro da reapresentação de trabalhos históricos. As 235 pinturas-gato estabelecem com o público uma relação que não busca a identificação imediata, se dá pelo estranhamento do primeiro contato. Para o artista, elas servem de mediadoras na relação que estabelece com o tempo e com a história, construída através do remix, de avanços e recuos, em um processo de digestão constante que ele chamou de “Manifesto Onívoro”.